Resumo |
As técnicas de diafanização de material botânico são utilizadas especialmente quando há necessidade da descrição do padrão de venação de folhas, pétalas ou sépalas. Comumente, essas técnicas envolvem o emprego de dois produtos químicos utilizados em sequência, o hidróxido de sódio, geralmente em concentrações que variam de 5-10%, e o hipoclorito de sódio, em concentrações que variam de 10-20%. No entanto, como as características das amostras botânicas variam de acordo com a espécie, o tempo necessário para que ocorra a completa diafanização do material é variável. Assim, não há uma determinação exata do tempo em que o material a ser diafanizado deverá permanecer imerso nas soluções químicas destinadas à diafanização. Por consequência, há materiais que devido à exposição excessiva a tais químicos tornam-se macerados. Para evitar que isso aconteça, o processo pode ser acelerado pelo aquecimento em estufa 40-50º C, o que pode, no entanto, acarretar na formação de bolhas nos tecidos internos dos materais, atrapalhando a posterior análise. Outro fator complicador ao se trabalhar com materiais diafanizados refere-se àqueles que são muito grandes, como é o caso de algumas lâminas foliares. Para contornar esse problema, é necessário seccionar as lâminas foliares em pedaços equivalentes ao tamanho das lâminas de vidro utlizadas na montagem das amostras que serão analisadas ao micróscópio de luz. Tal seccionamento, dificulta a elaboração dos desenhos esquemáticos que visam descrever os padrões de venação. Objetivou-se nesse trabalho proceder modificação nas técnicas usuais de diafaniação, com o intuito de melhorar a qualidade das amostras e evitar perdas materiais durante o processo. Adicionalmente será testada a montagem de peças inteiras de amostras grandes, sem a necessidade de seccionamento. Folhas inteiras de doze espécies do gênero Chamaecrista (Leguminosae-Caesalpinioideae) foram colocas em placas de Petri por 36h em hidróxido de sódio 10% e seguidas por três lavagens consecutivas de 10min cada em água destilada. As folhas foram então colocadas em hipoclorito de sódio 20% até o total clareamento e posteriormente lavadas com água destilada por três vezes (30min cada). As folhas foram desidratadas em série etanólica (10%, 30% e 50%, 5min cada) e coradas, em geral overnight, com fucsina básica diluída em álcool etílico 50%. Quando necessário, para obter um maior contraste na coloração da folha, foram acrescentas algumas gotas de ácido clorídrico na placa de Petri que continha o corante+álcool 50%. As amostras das folhas diafanizadas foram então reidratadadas (álcool 50%, 30%, 10%, água destilada) e montadas entre folhas tipo transparências utilizadas em retroprojetor, tendo como meio de montagem gelatina glicerinada. O mesmo procedimento foi empregado em peças delicadas, como é o caso de sépalas, pétalas ou folhas membranáceas, entretanto, tais amostras permaneceram submersas em NaOH 10% por 4-6 horas. (CNPq, FAPEMIG, CAPES, projeto Floresta Escola) |