Resumo |
A hemodiálise é um tratamento complexo, principalmente por possuir como característica a dependência do paciente à máquina. Esta é realizada por um longo período da vida, ou até mesmo pela vida toda nos casos em que o transplante não é possível. A evolução da doença conduz a complicações físicas e fisiológicas, produzindo alterações na vida dos indivíduos. Dessa forma, o objetivo deste trabalho é avaliar a qualidade de vida dos renais crônicos, usuários do serviço de nefrologia do Hospital São João Batista da cidade de Viçosa- Minas Gerais. A amostra foi composta por 40 indivíduos que realizam tratamento em hemodiálise e pelo grupo controle composto por 61 indivíduos que não apresentam a Insuficiência renal crônica, qualquer tipo de nefropatia e/ou doença descompensada. Estes indivíduos foram escolhidos aleatoriamente pela lista telefônica da cidade de Viçosa, e convidados a participar do estudo marcando-se um horário para realização da entrevista. Para verificar se os pacientes estavam aptos a responderem o questionário foi utilizado, previamente, o Questionário de Exame Mental (Mini Mental). Para análise da qualidade de vida utilizou-se o Questionário SF-36v2. Os dados foram tabulados no programa estatístico SPSS, versão 20.0, com aplicação de análise descritiva (média, desvio padrão, frequência) e, para comparar as variáveis de estudo entre grupo controle e paciente, utilizou-se teste de Mann Whitney, com nível de significância p<0.05. Quando comparados grupo controle(GC) com os pacientes (P), encontrou-se diferenças significativas na capacidade funcional GC (87,50 ± 23,72) P (67,81 ±33,95); aspectos físicos: GC ( 92,31 ± 14,98) P (61,09 ±34,16); estado geral de saúde: GC (74,36 ± 21,94) P (52,60 ± 24,45); vitalidade: GC (73,56 ± 23,37 ) P ( 61,72 ±22,61) e aspectos sociais: GC( 87,50 ± 23,72) P (67,81 ± 33,95). Entretanto, não houve diferença significativa nos aspectos dor: GC ( 76,05 ± 24,56) P (68,82 ± 33,83), aspectos emocionais: GC (88,25 ± 23,29 ) P (80,20 ± 32,61) e saúde mental: GC (80,90 ± 16,65) P (75,62 ± 24,05). O componente físico resumido também foi significativamente menor no grupo dos pacientes, GC (52,72 ± 7,02) P (42,69 ± 8,89). Já no componente mental resumido não houve diferença significativa GC ( 53,96 ± 10,20) P (50,88 ± 11,90). Sendo assim, concluímos que o tratamento na Hemodiálise interferiu diretamente na qualidade de vida do paciente, sendo os aspectos físicos os mais prejudicados, além das alterações nos aspectos sociais devido as condições impostas pelo tratamento. |