Resumo |
Recentemente Horava propôs uma teoria para a gravitação em 3 + 1 dimensões com uma escala anisotrópica usando a formulação tradicional da Teoria Quântica de Campos (T.Q.C.) com quebra da invariância de Lorentz em energias ultra-altas. A metodologia de Horava, baseada em uma assimetria entre tempo e espaço, tem ganhado muita atenção no contexto da procura por uma teoria perturbativa consistente para a gravitação. A principal vantagem desta abordagem vem do fato de que, de um lado, ela melhora a renormalizabilidade dos modelos de teoria de campos, e, por outro lado, ela impede o surgimento de ghosts cuja presença é característica das teorias com derivadas temporais de ordens maiores. Entretanto, este conceito de assimetria entre tempo e espaço vem sendo aplicado não somente às teorias para a gravitação mas também a outros modelos de teorias de campos escalares e vetoriais. Neste projeto intencionamos reexaminar a proposta de Horava sob a luz do método de renormalização de Epstein-Glaser. O método de Epstein-Glaser é potencialmente instrutivo porque fornece uma forma completamente racional de construir a chamada série de potência formal perturbativa renormalizada, e porque tem a vantagem de não precisar introduzir qualquer tipo de regularização específica para as integrais divergentes. Isso é uma grande vantagem, visto que, muitas vezes, complicações desnecessárias levam à conclusão que certos resultados, provenientes do estudo da renormalização são frutos de uma regularização particular escolhida. Reavaliamos o problema da renormalização em uma teoria de campos a temperatura finita. Um novo ponto de vista elucida a relação entre as divergências do ultravioleta para teorias a T = 0 e T ≠ 0 e torna evidente a razão porque o comportamento ultravioleta se mantém inalterado quando consideramos a versão da Teoria de Campos a Temperatura Finita (T.C.T.F.) associada a uma dada Teoria Quântica de Campos. A força da dedução encontra-se no critério de Hörmander para a existência do produto de distribuições em termos do conjunto de frentes de onda das respectivas distribuições. Esta abordagem nos permite considerar a T.C.T.F. para os formalismos de tempo real e imaginário de uma só vez, de um modo unificado. |