Resumo |
O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) Pedagogia/UFV realizado em escolas municipais de Viçosa/MG tem um dos subprojetos na área da Educação Especial na perspectiva de educação inclusiva. No âmbito da educação especial uma condição diferenciada de desenvolvimento é a dislexia, entendida como um distúrbio de aprendizagem que afeta a leitura e escrita devido a uma dificuldade na percepção das partes sonoras diferenciais de que a palavra é composta afetando 4% da população brasileira. O objetivo foi desenvolver atividades acadêmicas com estratégias mais apropriadas a alunos com dislexia que frequentam a sala de recursos multifuncional no contraturno escolar. O trabalho foi desenvolvido com duas alunas do 3º ano do ensino fundamental de uma escola pública durante a jornada em sala de aula, duas vezes por semana em horário integral. Os registros das observações foram descritivos na forma de relatório e feitos pós-evento. A aluna 1 apresenta dificuldade na associação de fonema que é referente ao plano sonoro das palavras e também com o grafema que são as representações gráficas dos sons da fala, enquanto a aluna 2 já possui esse domínio, mas ambas não sabem ler e escrever de forma autônoma e possuem dificuldades na leitura e, ou, interpretação de textos longos; nas atividades matemáticas não possuem o domínio do cálculo mental e apresentam dificuldades com contagem termo a termo. Os recursos utilizados para desenvolver essas habilidades nessas alunas foram: jogos matemáticos, alfabéticos e com imagens, materiais concretos e adaptações de atividades escritas em atividades orais. Para desenvolvimento de atividades de escrita da língua portuguesa foi necessário ditar as letras para ambas as alunas, contudo, como a aluna 1 não possui o domínio do fonema e do grafema usou-se de imagens iniciadas com as letras do alfabeto no ditado para uma associação fonema/grafema. Para as avaliações e questões interpretativas foi registrada pela bolsista a resposta oral ou dada a opção de responder em questões de múltipla escolha, para a aluna que não lê e escreve. Nas atividades matemáticas foram utilizados material concreto o que permitiu a aluna 2 fazer operações de soma e subtração com êxito. Já para a aluna 1 o material facilitou a relação termo a termo. Foi possível observar que com a utilização de recursos visuais, como jogos, figuras, interpretação das imagens em livros de história, uso de respostas em múltipla escolha favoreceu o interesse na resolução das atividades de modo a obter maior êxito. Por fim, cabe destacar que a pessoa disléxica pode apresentar diversos problemas no percurso da escolarização, no entanto, cabe aos professores ter uma visão singular para poder intervir de forma apropriada, evitando-se prejuízo acadêmico e social da pessoa. O licenciando que vivencia estas possibilidades tende a ser um profissional mais atento e promotor de uma educação inclusiva de qualidade. |