Resumo |
A produção brasileira de ovos tem aumentado gradativamente ao longo dos últimos anos. A utilização de linhagens genéticas mais produtivas, somada ao uso de rações nutricionalmente mais adequadas, tem contribuído de forma notável para o crescimento do setor. A utilização do conceito de proteína ideal nas formulações de ração para poedeiras comerciais é ferramenta disponível para o nutricionista que busca obter produção de ovos dentro do contexto de sustentabilidade. Para a formulação de ração segundo o conceito de proteína ideal, é importante estabelecer as relações dos aminoácidos essenciais com a lisina, escolhida como o aminoácido-referência. Nesse contexto, a determinação da exigência de lisina digestível deve ser realizada com precisão, visto que a exigência dos demais aminoácidos pode ser obtida mantendo-se o padrão das relações aminoacídicas predeterminadas da lisina com os mesmos. Foram realizados dois experimentos no Setor de Avicultura do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa com o objetivo determinar a exigência de lisina digestível para galinhas poedeiras leves nos períodos de 24 a 40 e de 42 a 58 semanas de idade. Em cada experimento, foram utilizadas 288 galinhas poedeiras da marca comercial Hy Line W-36 distribuídas em delineamento inteiramente casualizado, com seis níveis de lisina digestível (6,0; 6,6; 7,2; 7,8; 8,4 e 9,0 g/kg), oito repetições e seis aves por unidade experimental (UE). As variáveis avaliadas em cada experimento foram: consumos de ração (g/ave/dia) e de lisina digestível (mg/ave/dia), produção de ovos (%), peso médio dos ovos (g), massa dos ovos (g/ave/dia), conversões alimentares por massa (g/kg) e por dúzia de ovos (dz/kg), pesos de casca (g),da gema (g) e do albúmen (g) e ganho de peso das aves (g). No período de 24 a 40 semanas de idade houve efeito linear crescente dos níveis de lisina digestível da ração sobre os consumos de ração e de lisina digestível. O modelo Linear Response Plateau foi o que melhor se ajustou aos dados das demais variáveis avaliadas, com exceção dos pesos de casca e de albúmen, que não foram influenciados pelos níveis de lisina da ração. No período de 42 a 58 semanas de idade houve efeito linear crescente dos níveis de lisina digestível na ração sobre o consumo de lisina digestível. Não houve efeito dos níveis de lisina da ração sobre a conversão alimentar por dúzia de ovos nem sobre o peso da casca dos ovos. Para as demais variáveis analisadas, o modelo Linear Response Plateau foi o que melhor se ajustou aos dados. A exigência de lisina digestível de galinhas poedeiras leves no período de 24 a 40 semanas de idade é de 8,48 g/kg e, no período de 42 a 58 semanas de idade, de 7,68 g/kg de ração, valores que correspondem a consumos diários de lisina digestível de 813 mg/ave e 730 mg/ave, respectivamente. |