Resumo |
A escaldadura é uma das principais doenças do arroz, sendo encontrada no sudoeste da Ásia, Austrália, Oeste da África e nas Américas Central e Latina. Pode causar perdas na produção de até 30%. No Brasil, a doença ocorre em todas as regiões produtoras de arroz. Dessa forma, procurou-se neste estudo investigar imagens e parâmetros de fluorescência da clorofila a em áreas próximas à lesão, associando-as às trocas gasosas e à avaliação dos pigmentos fotossintéticos em plantas de arroz inoculadas ou não com Microdochium oryzae, para um maior entendimento na dinâmica fotossintética da interação planta-hospedeiro. O experimento foi instalado num delineamento inteiramente casualizado com dois tratamentos (plantas inoculadas e não inoculadas com M. oryzae) contendo seis repetições. Cada unidade experimental foi constituída por um vaso com três plantas. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey e teste t (P ≤ 0.05) utilizando o software SAS versão 6.12. Foram selecionadas três plântulas de arroz do cultivar Primavera por vaso e 50 mL de solução nutritiva foi aplicada em intervalos de sete dias até o fim do experimento. Aos 45 dias após o transplantio, plantas com dez folhas no colmo principal foram inoculadas com M. oryzae e permaneceram em câmara de nevoeiro durante cinco dias à 25 ± 4ºC e umidade relativa de 90 ± 5%. A expansão das lesões da escaldadura foi avaliada na superfície adaxial da sétima, oitava e nona folha, da base para o ápice; e a taxa de assimilação líquida de CO2 (A), condutância estomática (gs), taxa de transpiração (E) e concentração interna de CO2 (Ci) foram determinadas com um analisador de gás por infravermelho portátil (IRGA, Li-Cor, LI-6400), na oitava e na nona folha do colmo principal. As imagens e parâmetros de fluorescência da clorofila foram obtidos utilizando a versão MAXI do fluorômetro Imaging-PAM e o software Imaging Win. Determinou-se F0 (Fluorescência mínima) e Fm (Fluorescência máxima) em Ah (área sadia), A1 (área assintomática), A2 (área intermediária) e A3 (área lesionada), realizadas, na nona e décima folha do colmo principal das plantas em V9 e V10. Os resultados obtidos indicam que a utilização da energia para os processos fotossintéticos e a capacidade de dissipação do excesso de energia na maquinaria fotossintética foi comprometida durante a infecção. Neste caso, o rendimento fotoquímico das plantas inoculadas diminuiu, devido à redução de abertura estomática, refletindo em uma menor difusão de CO2 para os sítios de carboxilação, induzindo à inibição do aparato fotossintético nas áreas lesionadas. Conclui-se que a infecção tem efeito local sobre a fotossíntese, com diminuição das áreas verdes na superfície foliar, ocasionado pela expansão das lesões e aumento de tecido necrótico. As concentrações de pigmentos fotossintéticos diminuíram significativamente com o progresso da escaldadura, o que limitou a absorção da radiação fotossinteticamente ativa. |