Resumo |
O Brasil, durante a 15ª Conferências das Partes (COP-15),assumiu reduzir de forma voluntária suas emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), entre 36,1% e 38,9%,dos níveis de 2005,até 2020.Para mitigar as emissões de GEE advindas da mudança do uso da terra e cumprir as metas de redução estabelecidas pelo governo federal, criou-se o programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC),que tem como objetivos incentivar a adoção de práticas sustentáveis que garantem a redução de emissões de GEE. Os sistemas agroflorestais são ferramentas integrantes das políticas públicas brasileira para mudanças climáticas. Dada a importância destas ferramentas na estocagem de carbono na superfície terrestre e sua contribuição na minimização das mudanças climáticas é preciso avaliar o seu potencial de estocagem de carbono, de forma a balizar políticas públicas de incentivo às atividades. Neste sentido, objetivou-se levantar os dados de pesquisa disponíveis que demonstrem a estocagem de carbono de diferentes modelos de sistemas agroflorestais. Em estudo com diferentes modelos de sistemas agroflorestas; SAF-1 (cacau, açaí, bananeira e seringueira, aos 14 anos de idade), SAF-2 (cacau, açaí, bananeira, seringueira, taperebá, paricá e macaúba, aos 14 anos), SAF-3 (cupuaçu, açaí, teça e mogno, aos 9 anos) e SAF-4 (cupuaçu, açaí e paricá, aos 9 anos), no município de Tomé-Açu, no Pará, observou-se um estoque de carbono total (biomassa aérea, serapilheira e solo) de 126,59; 128,41; 122,80 e 137,81 t C ha-1, para os SAFs 1, 2, 3 e 4, respectivamente. Assim, o incremento médio de carbono acima do solo (IM-AGB) dos sistemas correspondem à 2,86; 3,15; 4,14 e 4,88 t C ha-1 ano-1, para os SAFs 1, 2, 3 e 4, respectivamente. Outro estudo envolvendo Sistema Agroflorestal Regenerativo Análogo (SAFRA), formado a partir do manejo de uma floresta nativa já explorada, com elevada densidade de palmeiras e frutíferas ,aos 12 anos, foi realizado nas várzeas do rio Juba, Cametá, Pará. Para estimar a biomassa e carbono dos SAFs a vegetação foi dividida em açaí, cacau e árvores nativas. O estoque médio total de carbono da vegetação foi de 134,30 t ha-1; no qual 131,63 t ha-1 (98 %) foram estocadas nas árvores, 2,01 t ha-1 (1,5 %) no açaí e o 0,65 t ha-1 (0,5 %) no cacau. O incremento médio de carbono acima do solo (IM-AGB) encontrado foi de 11,19 t ha-1 ano-1. Em um sistema silvipastoril misto, com Eucalipto e Acácia, implantado na Zona da Mata mineira, aos 10 anos, observou-se um estoque estimado de 14,29 t C. ha-1., no qual 11,17 t C.ha-1 estavam estocados no eucalipto e 3,12 na acácia. O sistema apresentou um IM-AGB de 1,43 t C.ha-1 ano-1. A estocagem de carbono varia em função do modelo implantado e da idade do sistema, sendo que os modelos o SAFRA são os de maior potencial, chegando a 11,19 ton C ha-1. Assim, entende-se que a identificação do potencial de estocagem de carbono deve ser um dos fatores a serem considerados nos incentivos à implantação dos sistemas Agroflorestais. |