Resumo |
A prática regular de atividade física é uma alternativa não farmacológica para prevenção de diversas doenças. Sabe-se que a atividade física praticada no lazer e de forma intencional trazem benefícios mais significativos para a saúde, porém dados relacionados a essa prática e estudos de base populacional ainda são escassos em nossa região. Além da prática regular de atividade física, o conhecimento sobre doenças crônicas não transmissíveis e os fatores de risco podem atuar como um importante mecanismo para adoção de um estilo de vida saudável. Assim, objetivou-se avaliar o nível de atividade física e de conhecimento sobre doenças crônicas não transmissíveis em adultos. Fizeram parte do estudo 660 indivíduos, na faixa etária de 20 a 39 anos (26,87 dp 5,48), de ambos os sexos. As variáveis analisadas foram o nível de atividade física no lazer e o conhecimento sobre doenças crônicas não transmissíveis a partir de quatro fatores (sedentarismo, tabagismo, consumo excessivo de álcool e alimentação inadequada) para doenças e agravos não transmissíveis e sete morbidades (diabetes, pressão alta, osteoporose, câncer de pulmão, depressão, infarto agudo do miocárdio e cirrose hepática). Além dessas variáveis, foram analisados os aspectos socioeconômicos e demográficos para caracterização da amostra. A coleta de dados compreendeu a aplicação do questionário e a mensuração de medidas antropométricas. Os participantes assinaram um termo de consentimento para participação na pesquisa, sendo esta aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Viçosa. Utilizou-se a estatística descritiva para caracterização da amostra, sendo os dados analisados no programa Stata, versão 13. A maioria dos entrevistados era do sexo feminino (51,52%), na faixa etária de 20 a 29 anos (69,09%), auto referiram não ter a pele branca (55,50%), solteiros (69,09%) e informaram possuir nove ou mais anos de escolaridade(87,20%). A prevalência de inatividade física foi observada em 70,30% dos avaliados, sendo as mulheres (75,59%) e a faixa etária de 30 a 39 anos (75,28%) aquelas com maiores frequências. Em relação às associações entre os fatores de risco e morbidades, observou-se que o maior percentual de resposta “correta” ocorreu entre o sedentarismo e as morbidades estudadas (5,56 dp 1,49), sendo o consumo abusivo de bebida alcoólica aquele que apresentou menor média de acerto (4,69 dp 1,90). A maior frequência de respostas corretas foram entre o sedentarismo e infarto agudo do miocárdio (93,47%), fumo e câncer de pulmão (97,67%), consumo excessivo de bebidas alcoólicas e cirrose (97,20%) e má alimentação e diabete mellitus (93,94%). Pode-se concluir que a inatividade física é elevada e que os maiores escores de associação entre os fatores de risco e as morbidades estão entre aqueles que mais são discutidos na mídia. Políticas públicas devem ser implementadas para a aumento do nível de atividade física e conhecimento sobre os fatores de risco e as morbidades. |