Resumo |
O presente trabalho procurou conhecer e analisar as estratégias de formação da rede de atores sociais contra os empreendimentos minerários na Zona da Mata mineira. É importante destacar que este projeto BIC-Jr faz parte de um projeto de pesquisa vinculado ao Departamento de Economia Rural da UFV. Portanto, nesta experiência, foi focado, sobretudo, no processo de conflito deflagrado com a possibilidade de implantação do mineroduto da empresa Ferrous Ressources. Dessa forma a pesquisa se voltou, especialmente, para a organização da Campanha pelas Águas e Contra o Mineroduto da Ferrous, principal ator articulador que traz reflexões sobre os impactos provocados por esse tipo de empreendimento nas matas, nascentes e causando estragos notórios por onde passa. Evidenciando assim, a interligação com outros atores sociais, que lutam pelos mesmos objetivos, para alertar a população dos diversos estragos naturais e sociais com a implantação do mineroduto. A Campanha pelas Águas e Contra o Mineroduto da Ferrous, atua contra a multinacional que pretende escoar minério através de um mineroduto partindo de Mina da Viga, em Congonhas – MG até Presidente Kennedy –ES (passando por 22 municípios). Em sua trajetória, o mineroduto vai impactar matas e lavouras, atravessa rios, viola direitos dos proprietários, desapropria autoritariamente famílias e ainda acabam com as nascentes. É importante destacar que o empreendimento afetará a região rural da localidade denominada de Palmital, região está nasce o Ribeirão São Bartolomeu, passando pela localidade do Paraíso, e chegando até a lagoa da UFV onde dali segue o abastecimento para a instituição e para o município. Outro equívoco apontado no Relatório da Ferrous é que seus dados apontam que perto de seis nascentes do Ribeirão São Bartolomeu seriam impactadas com a obra, no entanto, um estudo realizado pela Associação de Geógrafos Brasileiro - AGB (2012) apontam que o número de nascentes seriam aproximadamente 30. Portanto, são esses e vários outros recursos que a empresa usa para passar pelo processo de licenciamento, não levando em conta os diversos estragos que causará na vida das famílias atingidas e no próprio município de Viçosa, uma vez que se de fato o Ribeiro São Bartolomeu for impactado poderá comprometer o abastecimento do município e da própria UFV. |