Resumo |
Os minerais, mesmo em menores proporções no corpo, exercem funções essenciais no organismo animal, e a deficiência destes pode causar redução no desempenho dos mesmos. Para que haja sua assimilação, é necessário o fornecimento em níveis adequados na dieta, pois o excesso ou deficiência de um interfere na utilização do outro. Junto a isso, o fornecimento acima dos requerimentos nutricionais dos animais, além de resultar em prejuízos econômicos, acarreta maiores excreções destes nutrientes no ambiente, os quais podem atuar como importantes fontes de contaminações, como é o caso do fósforo. Objetivou-se com o presente trabalho, avaliar o rendimento de carcaça de bovinos nelores, suplementados ou não com calcário, fosfato bicálcico e microminerais. Foram utilizados 35 bovinos machos não castrados, com peso corporal médio de 250 kg e idade média de 7 meses. Os animais foram submetidos a quatro tratamentos, sendo estes: T1 – Suprimento de 100% das exigências descritas pelo BR-CORTE (2010) de Ca, P e microminerais; T2 – Suprimento de 100% das exigências descritas pelo BR-CORTE (2010) de Ca e P, sem adição do premix micromineral; T3 – Suprimento de 100% das exigências de microminerais, e sem adição de calcário e fosfato bicálcico; T4 – Dieta convencional sem adição de calcário, fosfato bicálcico e premix micromineral. Os animais foram confinados durante dois períodos distintos (P1=70 e P2=140 dias), e o delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado em arranjo fatorial 4 (níveis de minerais) × 2 (períodos de confinamento);. Antes dos abates, os animais foram submetidos a jejum de sólidos por 14 horas, sendo então pesados para obtenção do peso de corpo em jejum, sobre o qual se calculou os rendimentos de carcaça. Após esse período, os animas foram insensibilizados via concussão cerebral e sangrados via secção da jugular para escorrimento total de sangue. Em seguida, após a evisceração, o animal foi dividido em duas meias carcaças, as quais seguiram para a câmara de resfriamento, onde ficaram por 18h à 4°C, sendo então pesadas e calculado o rendimento de carcaça fria (RCF). Não houve interação entre os fatores (P=0,8619), sendo estes analisados separadamente. Os níveis de minerais na dieta não influenciaram significativamente o rendimento de carcaça (P=0,9493), que foi de 56,57% para T1, 56,84% para T2, 56,48% para T3 e de 56,80% para T4. Por outro lado, o período em que animal permaneceu confinado, influenciou significativamente o rendimento de carcaça (P<0,0001), sendo de 55,49% para P1 e 57,86% para P2. Este maior rendimento para maior tempo confinado se deve ao maior aporte de nutrientes que o animal recebeu. Sendo assim, a suplementação mineral não afeta o rendimento de carcaça de nelores em confinamento, o que pode representar maior economicidade para o produtor, e menos danos ao meio ambiente. |