Resumo |
O gênero de pererecas verdes Aplastodiscus, endêmico da Mata Atlântica, foi criado para alocar a espécie A. perviridis e atualmente é composto por 15 espécies.Três grupos são reconhecidos: Aplastodiscus albofrenatus, A. albosignatus e A. perviridis. Com exceção de A. cavicola e A. weygoldti todas as espécies já apresentam cariótipos descritos. As espécies do grupo Aplastodiscus albofrenatus apresentam número cromossômico 2n=22, as do grupo Aplastodiscus perviridis apresentam número cromossômico 2n=24 e as do grupo Aplastodiscus albosignatus apresentam número cromossômico 2n=18 e 2n=20. A necessidade de estudos citogenéticos faz-se importante para a distinção das espécies morfologicamente similares e com grande variação cariotípica, como as do grupo Aplastodiscus albofrenatus e Aplastodiscus albosignatus. Nesse trabalho descrevemos o cariótipo de A. cavicola, A. weygoldti e de uma espécie nova, relacionada à A. cavicola, bem como evidenciamos as regiões organizadoras de nucléolo (NOR) através da técnica de impregnação de prata (Ag-NOR). Foram analisadas quatro espécimes de A.weygoldti, da RPPN Miguel Feliciano Abdala, Caratinga-MG, seis de Aplastodiscus sp. nov. do município de Serro-MG e três de A. cavicola de Viçosa-MG. As suspensões celulares para análise foram feitas a partir do epitélio intestinal dos indivíduos. Aplastodiscus cavicola e Aplastodiscus sp. nov. apresentam número cromossômico 2n=18. Essas similaridades citogenéticas indicam uma relação filogenética mais estreita entre essas espécies e confirma a relação de Aplastodiscus sp. nov. com o grupo A. albosignatus. Já A. weygoldti, apresentou número cromossômico de 2n=22, assim como, os padrões do grupo A. albofrenatus, onde todas as espécies apresentam 2n=22 cromossomos. A NOR foi detectada na região terminal dos braços longos dos homólogos do par nove em A. cavicola e Aplastodiscus sp. nov. corroborando com as marcações NOR encontradas em outras espécies do grupo, como em A. leucopygius e A. callipygius. Em A. weygoldti, a marcação da NOR ocorreu na região terminal dos braços curtos dos homólogos dos pares um, três e seis. O grupo a qual a esta espécie está alocada apresenta variação na distribuição da NOR podendo ocorrer em nos pares homólogos um e sete em A. albofrenatus, e seis e dez em A. ehrhardti (Carvalho et al, 2009). As análises feitas corroboram com a árvore filogenética proposta para o gênero (Gruber et al, 2012), bem como relaciona Aplastodiscus sp. nov. ao grupo A. albosignatus. Além disso, a caracterização cromossômica dessas espécies permite uma maior compreensão do relacionamento filogenético dessas em Aplastodiscus. |