Resumo |
O Diabetes Mellitus (DM) é um distúrbio metabólico, caracterizado por hiperglicemia crônica decor¬rente do comprometimento na produção e/ou utilização de insulina, sendo classificado em tipo 1, de natureza autoimune/idiopática ou tipo 2, por defeito na secreção e ação da insulina. A terapia substitutiva com a insulina constitui a opção mais eficiente, fazendo-se necessário que o usuário se oriente sobre como utilizá-la, uma vez que a eficiência de ação deste medicamento realciona-se a fatores envolvidos desde a sua aquisição até a aplicação. O presente estudo é parte do projeto intitulado “Promoção da saúde e prevenção de agravos em lesões cutâneas em pacientes diabéticos no HIPERDIA, Viçosa – MG”. O objetivo do trabalho foi caracterizar os usuários de insulina atendidos no HIPERDIA quanto ao sexo, tipo de diabetes, local e aplicação de insulina. Trata-se de um estudo exploratório descritivo, realizado através da análise documental de questionários para usuários de insulina, aplicados aos pacientes atendidos no HIPERDIA, nos anos de 2012 e 2013. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UFV, Protocolo nº 048/2012. Foram avaliados 101 questionários, destes, 75,24% de usuários são do sexo feminino e 24,75% do sexo masculino. No Brasil a prevalência de DM entre mulheres é maior em comparação com os homens, a qual pode ser devido às alterações advindas do climatério que poderia relacionar alterações hormonais às alterações metabólicas e propiciar o desenvolvimento da doença. Dentre o tipo de DM, 14,85% são do tipo 1 e 85,14% do tipo 2. Em muitos países a prevalência do DM tipo 2 tem elevado rapidamente, sendo o hábito alimentar um dos principais fatores determinantes passíveis desta modificação. Quanto à aplicação da insulina, 53,46% informaram realizar a auto-aplicação e 45,54% disseram ter alguém que realiza. Diante disso, os usuários devem ser capacitados quanto ao procedimento e encorajados a realizar o rodízio adequado, a fim de alcançar uma melhor absorção da insulina e evitar alterações na pele. Quanto ao local de aplicação da insulina, 2,97% aplicam apenas em um braço; 14,85% apenas nos dois braços; 15,84% apenas na barriga; 0,99% apenas nas pernas; 31,68% realizam o rodízio nos braços, barriga e pernas; e 33,66% foram considerados como outros, pois revezam entre braços e pernas, braços e barriga e braços e glúteos. Ou seja, os dados obtidos revelam que 68,31% aplicam incorretamente. O rodízio sistemático dos locais de injeção é recomendado para evitar alterações localizadas no tecido adiposo, o que promove uma absorção inadequada de insulina. Concluímos que os pacientes precisam de um melhor acompanhamento dos profissionais de saúde, principalmente, no que se refere à obtenção de orientações quanto ao local de aplicação da insulina. A equipe de enfermagem deve estar preparada para abordar este tema junto aos usuários, de forma a envolver sua família no cuidado, tornando-os participativos nesse processo. |