Resumo |
Introdução: As úlceras de membros inferiores são consideradas um problema de saúde pública por afetarem a produtividade e a qualidade de vida dos indivíduos, além de aumentarem os gastos nos serviços de saúde. Objetivo: Relatar a experiência vivenciada por acadêmicos de enfermagem frente ao tratamento de um paciente portador de úlcera em membro inferior. Descrição das principais ações: Vinculado ao projeto de extensão “Promoção da saúde e prevenção de agravos em lesões cutâneas em pacientes diabéticos no centro de atenção à saúde (HIPERDIA) Viçosa, MG”, este relato, descreve o atendimento a um paciente assistido por discentes de enfermagem membros do projeto. Trata-se de AAS, 63 anos, portador de Diabetes Mellitus tipo II com úlcera em terço inferior da região posterior do membro inferior direito (MID) iniciada em 2012. De janeiro a agosto de 2013, durante os atendimentos ao paciente, foram realizadas trocas de curativo, orientações e evolução de enfermagem. Resultados alcançados até o momento: Em 18/01/2013, o paciente apresentava uma lesão de 7,2 cm de comprimento por 3,5 cm de largura, com tecido de granulação e predomínio de esfacelo (70%), drenava exsudato seroso em moderada quantidade e com odor fétido. Como cobertura, foi utilizado Hidrogel com Alginato e placa de poliuretano. Em 18/02/2013, o esfacelo ocupava apenas ¼ da ferida, já não havendo mais odor fétido, sendo mantido Hidrogel com Alginato e placa de poliuretano. Em março, a lesão apresentava granulação e tecido de epitelização predominantes e apenas pontos de esfacelo, com exsudato seroso em moderada quantidade. Em 25/06/2013 predominava epitelização e havia pontos de granulação, sendo utilizado Hidrocolóide. Em 12/08/2013 a úlcera apresentava 2 cm de largura e 2 cm de comprimento, com predomínio de epitelização, granulação e apenas 5% de esfacelo, mantendo Hidrocolóide; e em 20/08/2013 AAS apresentava uma lesão 100% epitelizada. Para a ferida de AAS cicatrizar, foram necessários 7 meses de tratamento, e o mesmo ainda conviveu com a lesão por aproximadamente 1 ano antes de iniciá-lo. O odor forte era um grande incômodo para AAS, afetando sua qualidade de vida e convívio social. A redução do odor, durante o tratamento, foi relatada pelo paciente como uma das alterações mais significativas na melhoria da qualidade de vida, assim como a cicatrização completa da lesão. Conclusão: As experiências vivenciadas no HIPERDIA permitem a troca de saberes entre discentes, docentes e profissionais da instituição, contribuindo significativamente para a formação acadêmica em enfermagem. Além disso, proporcionam grande satisfação aos discentes devido à melhora na qualidade de vida relatada pelo paciente com a cicatrização final da ferida, conscientizando-nos de que os cuidados de enfermagem, de forma humanizada, transcendem a realização de curativos, envolvendo também orientações, e o apoio necessário a esses pacientes que tanto necessitam. |