Resumo |
Este trabalho busca relatar a experiência do Subprojeto PIBID/Educação Física/UFV, atuante no Centro Educacional Dr. Januário de Andrade Fontes, localizado no município de Viçosa-MG, no ano de 2013. A intervenção pedagógica, desenvolvida na educação infantil teve como conteúdo danças, capoeira, jogos e brincadeiras de origens africanas e afro-brasileiras, ministradas em um total de seis aulas. A proposta pedagógica se baseou nas concepções metodológicas de educação física escolar crítico-superadora e crítico emancipatória. Estas concepções buscam resgatar valores históricos ligados a cultura e a expressividade corporal utilizando o movimento como linguagem e valorizando o desenvolvimento da emancipação, criticidade, autonomia, sensibilidade e criatividade. Desta forma, o objetivo central do projeto de ensino foi conhecer, vivenciar e refletir sobre práticas corporais de origens africanas e afro-brasileiras, além de propiciar aos educandos e educandas a descoberta de seus corpos, suas potencialidades e expressões. A metodologia utilizada constituiu-se de um conjunto seis aulas, sendo três aulas destinadas à capoeira, duas ao maculêlê e uma a jogos e brincadeiras de origens africanas. Nas aulas de capoeira e maculelê buscou-se o conhecimento e a reflexão sobre suas origens e histórias, o entendimento da prática de capoeira fora do ambiente escolar e a vivência de forma lúdica destas práticas corporais. A aula de jogos e brincadeiras proporcionou a vivência de brincadeiras típicas de alguns países do continente africano, além da reflexão sobre a influência da cultura africana nas brincadeiras que os (as) educandos(as) vivenciam em seu cotidiano infantil. Os resultados alcançados puderam ser identificados durante o processo avaliativo do projeto, onde percebemos que os (as) educandos (as) aprenderam sobre os conteúdos ministrados de forma crítica, sensível e reflexiva a partir das experiências e vivências corporais realizadas potencializando o conhecimento sobre seus corpos, suas possibilidades e linguagens, expressando seus desejos, sentimentos, emoções e pensamentos. Durante todo o processo de ensino-aprendizagem verificamos que apesar da Lei 10.639/03, alterada pela Lei 11.645/08, tornar obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas, públicas e particulares, apenas no ensino fundamental e médio, tal conteúdo possui um inegável potencial pedagógico na educação infantil na medida em que contribui para a valorização da cultura africana e afro-brasileira tão presente em nosso país e para a educação das relações étnico-raciais rompendo preconceitos desde os nos iniciais. |