Resumo |
Introdução: As moléstias infecciosas causadas por filárias, as filaríases, são importantes problemas de saúde em áreas tropicais. Estima-se, no planeta, que cerca de 1,34 bilhões de pessoas residam na área endêmica e que aproximadamente 120 milhões estão infectadas por esses agentes. Um ponto de grande relevância diz respeito às possibilidades de que esses helmintos possam desencadear adoecimento em indivíduos que tenham se exposto à infecção durante viagens a áreas tropicais. Nesse contexto, para a identificação da causa da enfermidade apresentada pelo viajante, torna-se essencial o conhecimento da história natural da doença e do local da viagem, incluindo as atividades realizadas durante a mesma. Objetivo: Revisar os principais aspectos sobre as doenças causadas pelas seguintes filárias: Wuchereria bancrofti, Onchocerca volvulus, Brugia malayi, Dirofilaria immitis, Dracunculus medinensis, Loa loa, Mansonella ozzardi, Mansonella perstans e Mansonella streptocerca enfatizando a saúde do viajante, principalmente os achados clínicos, diagnósticos e epidemiológicos. Métodos: Realizou-se revisão bibliográfica com estratégia de busca definida. Foram utilizadas as bases de dados Cochrane, Lilacs, Pubmed, Scielo e Scielo Brasil, incluindo todas as citações disponíveis até 31 de dezembro de 2013. Os termos utilizados na pesquisa foram “Epidemiologia” e “Diagnóstico”, os quais foram combinados com os nomes científicos dos agentes etiológicos. Os títulos e resumos das citações foram lidos, selecionando-se 30 artigos, os quais foram complementados com referências de conhecimento prévio dos autores. Posteriormente, as informações foram organizadas, destacando a epidemiologia e o diagnóstico das moléstias. Resultados e discussão: Os nematoides, que vivem no sistema linfático, podem causar danos e disfunções orgânicas, as quais muitas vezes resultam em linfedema – mormente nos membros inferiores, evoluindo muitas vezes para elefantíase – condições que amiúde provocam importante sofrimento aos afetados. Outras manifestações clínicas podem estar igualmente presentes. Os helmintos podem persistir por anos no enfermo infectado, sendo que o desenvolvimento da doença ocorre principalmente em adultos. As manifestações crônicas não são frequentes em indivíduos com idade inferior a 10 anos. Conclusão: Os textos obtidos apontam um contexto no qual as filaríases são, erroneamente, consideradas problemas de menor magnitude e de tratamento rápido. Destaca-se, a necessidade que os profissionais de saúde se capacitem para a abordagem das moléstias infecciosas – no caso, as filaríases – em um contexto de atenção à saúde do viajante. |