Resumo |
Os roedores representam aproximadamente 40% de todas as espécies de mamíferos descritos e, no Brasil, estes roedores representam 36% de toda mastofauna. Estes pequenos mamíferos apresentam grande importância na manutenção das florestas tropicais, devido às diversas funções realizadas por eles, contribuindo para recuperação e manutenção da diversidade genética das populações e, apesar de serem transmissores de diversas doenças, podem ser utilizados como modelos biológicos em experimentos científicos. Eles ocupam hábitats diferenciados apresentando ampla distribuição mundial. Nosso conhecimento sobre a biologia e fisiologia da reprodução dos mamíferos silvestres é ainda muito limitado. Assim, objetivou-se analisar e descrever histomorfometricamente a região tubular dos testículos de animais da espécie Oecomys bicolor, uma vez que a descrição desses parâmetros reprodutivos básicos é muito importante para a elaboração de políticas de conservação que previnam a extinção ou melhorem o manejo das mesmas. Além disso, possibilita também o estudo comparativo e evolutivo de sua função reprodutiva. Quatro exemplares machos da espécie Oecomys bicolor foram coletados no bioma Cerrado, no município de Jataí (17º 52' 53" S, 51º 42' 52" W), Goiás. Os animais foram eutanasiados, e os fragmentos testiculares foram coletados, fixados e processados rotineiramente para inclusão em Historesina, sendo destinados às análises em microscopia de luz. A média do peso corporal foi de 37,75 g, sendo que 0,55% deste valor foram alocados em testículo, 0,51% em túbulos seminíferos e 0,45% em intertúbulo. Compondo a região tubular, 5,89% correspondem à túnica própria, 83,34% ao epitélio germinativo e 10,77 % ao lúmen. Estes dados parecem indicar um sistema de acasalamento promíscuo ou poliândrico. O diâmetro tubular e altura do epitélio encontrados foram respectivamente 588,00 µm e 412,25 µm, estando dentre os maiores já descritos. O comprimento tubular médio foi 3,42 m/g de testículo sendo um dos menores encontrados até hoje, indicando que estes animais compensam o seu pequeno comprimento tubular, por seu extenso diâmetro de túbulos seminíferos. |