Resumo |
A produção brasileira de grãos cresce a cada ano, tornando o Brasil um dos maiores produtores de grãos do mundo. No entanto, o armazenamento dos grãos no país, ainda, é realizado em condições inadequadas, ocorrendo redução dos valores nutritivo e comercial dos grãos, ocasionada, principalmente, pelo ataque de pragas. Dentre as pragas que se adaptaram ao ambiente de armazenamento destacam-se os insetos, por desencadearem prejuízos de ordem econômica e social, por meio da contaminação dos alimentos. Assim, para que ocorra o mínimo possível de perdas durante o armazenamento dos grãos e seus subprodutos, a prevenção e o controle dessas pragas, dentre outras ações, são indispensáveis. Uma estratégia potencial consiste no uso do gás ozônio, forma alotrópica do oxigênio, por ser um forte agente oxidante, altamente reativo, com propriedades inseticidas. Dessa forma, o objetivo do presente trabalho foi avaliar a toxicidade do ozônio para cinco populações de Rhyzopertha dominica (Coleoptera: Bostrichidae) coletadas no Brasil e verificar a influência do gás sobre o comportamento locomotor das populações. A toxicidade do ozônio foi determinada através de bioensaios de tempo-resposta, utilizando-se a concentração fixa do ozônio de 500 ppm. Os resultados de mortalidade obtidos foram utilizados para gerar as curvas de tempo-resposta, e as TL 50 e TL 95 foram estimadas e usadas para calcular as respectivas razões de toxicidade (RT). Os resultados indicaram que nenhuma das populações de Rhyzopertha dominica investigadas apresentou resistência ao ozônio. As populações foram submetidas a bioensaios de caminhamento na presença e na ausência do ozônio para determinar os padrões comportamentais de locomoção (distância, velocidade de caminhamento e tempo de repouso). O comportamento locomotor dos insetos na presença do ozônio foi semelhante ao comportamento no controle. Não foram observadas correlações significativas entre a toxicidade do ozônio e os padrões comportamentais de caminhamento. |