Resumo |
No ensino de ciências, a abordagem de temas relacionados a conteúdos microscópicos e sub-microscópicos torna-se difícil devido à faixa etária dos alunos do ensino básico. Nesses casos, o uso de maquetes e modelos pode facilitar a compreensão de temas mais complexos e abstratos. Cerca de 300 alunos de 8° e 9° anos de 8 escolas públicas de Viçosa participam semanalmente de aulas experimentais do projeto Jovem Cientista, com o apoio do MEC-PROEXT. Para essas aulas são desenvolvidos modelos, maquetes, jogos e roteiros de experimentos visando a aprendizagem interdisciplinar de Ciências. Assim, foram desenvolvidas duas maquetes para a abordagem do tema "Célula, DNA e Cromossomos". A primeira maquete elaborada foi a de uma célula animal, tendo uma caixa de pizza como base e as diferentes organelas (mitocôndrias, retículos endoplasmático liso e rugoso e complexo de Golgi) confeccionadas com E.V.A. Os ribossomos foram representados por pérolas, os centríolos por canudos plásticos e o núcleo por uma bola de isopor. Para detalhar a questão da organização estrutural do DNA e dos cromossomos, construiu-se a segunda maquete, utilizando-se uma baleira com tampa, para representar um núcleo. No interior do núcleo foram representados cromossomos confeccionados a partir de moldes de papelão enovelados por várias camadas de lã e um cordão de DNA distendido, no qual as histonas foram representadas por tampinhas de garrafa PET. A viabilidade desse material paradidático foi avaliada por meio de sua aplicação junto aos alunos do 8° ano de 3 escolas públicas de Viçosa que frequentam o referido projeto, no Espaço Ciência em Ação (UFV). Adicionalmente, os alunos realizaram a extração de DNA de células da boca. Sob orientação do professor, um aluno, em cada turma, se ofereceu para fazer um bochecho com a água e sal. Após depositar o conteúdo em um béquer, outro aluno acrescentou gotas de detergente e uma mistura de água e álcool ao sistema. Alguns minutos depois foi possível visualizar o surgimento de uma camada viscosa, constituída de fragmentos de DNA. Foram aplicados dois questionários objetivos idênticos antes e após a aula, com a opção “Não Sei” em todas as questões. Após avaliação dos resultados foi possível identificar um aumento de aproximadamente 30% de acertos nas questões do segundo questionário, em relação ao primeiro. A opção “Não Sei” foi selecionada apenas em alguns dos questionários prévios. O segundo questionário também perguntava se os alunos haviam gostado da aula e todos responderam "sim". Assim, pode-se concluir que o uso combinado das maquetes e do experimento proposto foi adequado e contribuiu para a compreensão dos conceitos relacionados ao estudo dos constituintes celulares, em especial, do DNA e cromossomos. |