Resumo |
Descrição do tema: No contexto da Reforma Psiquiátrica a família se destaca como cuidadora do indivíduo com transtorno mental, assim como facilitadora de sua reabilitação, contribuindo para a resolutividade dos serviços de saúde. No entanto, essa responsabilidade vem causando sobrecarga de trabalho e mudança na dinâmica familiar, desencadeando estresse emocional, ansiedade e depressão. Percebe-se que os cuidadores se dedicam apenas ao cuidado com o membro da família afetado, e abdicam do próprio lazer e autocuidado. Nesse sentido, torna-se de extrema importância a aproximação dos profissionais de saúde a estes, no sentido de auxilia-los na reinserção social do portador de doença mental, além da promoção do apoio e orientações. Público Alvo: Familiares e cuidadores dos pacientes inseridos no CAPS (Centro de Assistência Psicossocial) do município de Viçosa-MG. Justificativa: Constata-se a importância da figura do cuidador como ferramenta crucial para a reinserção social do portador de doença mental. Objetivos: Possibilitar aos cuidadores um momento para si, incentivando o autocuidado, autoestima e evidenciando seu valor, além de estimular a troca de experiência e sentimentos entre eles. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência sobre grupos educativos no CAPS com 13 cuidadores de ambos os sexos e diferentes faixas etárias. A atividade foi realizada por acadêmicas do sétimo período de enfermagem da Universidade Federal de Viçosa, orientadas pelos professores da disciplina “Enfermagem Saúde Mental e Psiquiatria”. Foram dois encontros presenciais no CAPS, nos meses de Junho e Julho de 2014, com duração aproximada de uma hora cada. Para amparar a atividade, utilizou-se de metodologias participativas, com enfoque na promoção de autoestima e troca de experiências. No primeiro dia os cuidadores se apresentaram abordando aspectos do seu cotidiano, em seguida foi proposta uma dinâmica de relaxamento. O segundo dia teve como enfoque a valorização do cuidador e da participação da família no cuidado, bem como o reconhecimento das semelhanças vivenciadas pelos mesmos. Resultados e Conclusão: Foi possível identificar as dificuldades enfrentadas por cada participante e suas formas de lidar com elas, além de possibilitar a associação de fatores genéticos com a ocorrência dos transtornos, o que pode aumentar a fragilidade emocional dos cuidadores. A estratégia caracterizou-se como uma iniciativa inovadora, permitindo aos participantes compartilharem seus sentimentos e experiências, repensarem o autocuidado, autoestima e seu papel como agente indispensável no cuidado ao doente mental. Escutar o cuidador define-se como um importante meio para garantir maior vínculo deste com o serviço de saúde e co-responsabilidade, proporcionando maior eficácia nas intervenções realizadas. Evidencia-se assim, a necessidade de atividades como essas, que tornam o cuidador foco da assistência, uma vez que a necessidade de cuidado não é exclusiva daquele que se encontra doente. |