Resumo |
O câncer de mama (CM) é considerado atualmente a neoplasia maligna que mais acomete mulheres no mundo, sendo esse panorama também observado no Brasil. Em 2014, estima-se que tal doença atinja 57.120 novos casos, o que demonstra a sua alta incidência. Logo, destaca-se a relevância em atividades de prevenção da doença, como o estímulo a uma alimentação saudável, o que pode modificar a realidade hoje encontrada. Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo analisar o consumo alimentar de mulheres com neoplasia maligna e benigna da mama, bem como do grupo controle. O estudo foi do tipo caso-controle, mascarado e de base hospitalar, trabalhando-se com dados secundários de 99 mulheres atendidas pelo Serviço de Mastologia e/ou Ginecologia da Maternidade Odete Valadares, Belo Horizonte, MG, referentes a um projeto conjunto entre Universidade Federal de Viçosa (UFV) e Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Essas mulheres, posteriormente, foram dividas em três grupos, com 33 participantes cada: grupo CM, grupo doença benigna da mama (DBM) e grupo controle (GC). Os dados foram obtidos por meio de questionários, previamente validados, sendo analisadas variáveis sociodemográficas, ginecológicas, obstétricas, de estilo de vida e dietéticas, bem como se aferiu medidas antropométricas e de composição corporal. As análises estatísticas foram realizadas a fim de se comparar as médias entre os grupos, assumindo um nível de significância de 5%, sendo que para as variáveis dietéticas também trabalhou-se com regressão linear simples. Como resultados, não se observou diferenças significativas entre os grupos para as variáveis dietéticas e as demais supracitadas, exceto para as variáveis: história prévia de lesão benigna da mama; história familiar de CM; e idade da primeira gestação completa, que são descritas na literatura como fatores de risco para a ocorrência do CM. Contudo, apesar da ausência de diferenças significativas para as variáveis dietéticas, observou-se que o consumo de fibras e colesterol estava dentro do recomendado para os três grupos, o que é positivo para as mulheres estudadas, independente de possuirem ou não o CM. Destaca-se que os resultados encontrados foram semelhantes a outros estudos caso-controle que objetivaram avaliar o consumo alimentar em pacientes com CM, o que sugere que esse tipo de estudo possa apresentar algum viés. Além disso, ressalta-se que a amostra possuía hábitos alimentares e de vida semelhantes, bem como foi pareada, por idade, em um intervalo de 2 anos, o que resultou em uma amostra homogênea. |