Ciência e Tecnologia: bases para o Desenvolvimento Social

20 a 25 de outubro de 2014

Trabalho 2781

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Agrárias
Área temática Profissionalização e trabalho
Setor Departamento de Economia Rural
Bolsa FAPEMIG
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro FAPEMIG
Primeiro autor Pollyanna Maria Carmo
Orientador SHEILA MARIA DOULA
Outros membros Amábile Tolio Boessio, Débora Brandão de Paula, Solange Batista de Souza
Título Possibilidades e condições de reprodução social no campo: estudo sobre a juventude rural da Zona da Mata Mineira
Resumo A pesquisa foi realizada entre maio de 2013 e março de 2014, com jovens trabalhadores rurais da Zona da Mata Mineira, de ambos os sexos e na faixa etária entre 18 e 29 anos. O objetivo geral foi compreender a elaboração dos projetos de vida desses trabalhadores a partir de suas motivações e avaliações sobre o campo de possibilidades futuras. Especificamente buscou-se identificar as características e demandas de trabalho e estudo dos jovens rurais, bem como analisar os motivos de permanência ou saída do campo, avaliando os recursos regionais disponíveis para a concretização dos projetos de vida. O percurso metodológico incluiu pesquisa bibliográfica e documental, bem como entrevistas junto a representantes de instituições ligadas à juventude rural. Foram aplicados questionários semiestruturados com 74 jovens trabalhadores moradores em municípios da microrregião de Viçosa e com 98 jovens que participaram da Semana da Juventude Rural promovida pela Universidade Federal de Viçosa em 2013. Desse universo foram selecionados 10 jovens para a realização de entrevista em profundidade. Os resultados apontam para um projeto de vida que afirma o desejo de permanecer no campo e a convivência familiar é o argumento mais destacado para valorizar positivamente o meio rural. Migrar para a cidade se apresenta como opção para a continuidade dos estudos de nível técnico e superior, mas apenas como fase de deslocamento temporário e não como migração definitiva. Os jovens entrevistados não conseguem visualizar oportunidades de formação e capacitação profissional nas localidades onde residem. Para a maioria, que manifestou o projeto de continuar nas atividades agropecuárias nas propriedades familiares, a instituição mais destacada para o aperfeiçoamento e atualização foi a EMATER. A ausência ou invisibilidade de políticas públicas e o fraco desempenho institucional foram avaliados em três momentos da pesquisa, e conclui-se que há um descompasso do aparato estatal com a realidade dos jovens rurais. Se é certo que a formação de nível técnico ou superior, como os próprios jovens acreditam, poderia ampliar as oportunidades de um futuro melhor, nada garante que o desejo de retornar ao local de origem para exercer a profissão, mesmo a de agricultor, seja acompanhado de políticas públicas locais para a absorção dessa mão de obra qualificada. O projeto de maior escolaridade pode se ver frustrado na medida em que os planos de desenvolvimento rural não se comprometam com esse nível de inclusão laboral e social que os jovens esperam. Os dados nos levam a tomar com precaução os planos de permanência dos jovens no meio rural, na medida em que as oportunidades de continuar os estudos, de ter opções variadas de formação profissional e atividades de cultura e lazer não encontram respaldo institucional governamental e não governamental. A permanência, nesse sentido, se daria em um patamar de qualidade de vida e desenvolvimento pessoal marcados pelas poucas oportunidades disponíveis.
Palavras-chave juventude rural, projeto de vida, Zona da Mata Mineira
Forma de apresentação..... Oral
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