Resumo |
O IDEB foi lançado em 2007 com o escopo de medir a qualidade do ensino das escolas e redes de ensino através de dois indicadores, ou seja, as taxas de aprovação e os resultados da Prova Brasil. A cada dois anos são divulgados os índices por escola, redes, estados e em nível de Brasil. Nesse sentido, esse trabalho buscou verificar se o IDEB pode ser considerado um bom parâmetro para diferenciar a qualidade do ensino entre os estados brasileiros. A coleta de dados foi realizada por meio do Censo Escolar, Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA). Utilizou-se, ainda, os dados do PISA como medida de qualidade mundialmente aceita e, portanto, alternativa ao IDEB para critério de comparação de resultados. Inicialmente selecionou-se um conjunto de variáveis que, segundo a literatura contribuiriam e/ou serviriam como proxy para uma educação de qualidade, para separar os 27 Estado brasileiros em grupos. Para análise dos dados foi utilizada a análise de conglomerados (cluster) com procedimento hierárquico e teste WARD. Além disso, foi feita uma MANOVA, para confirmação estatística de validade dos testes, e uma ANOVA, para verificar se as variáveis escolhidas foram determinantes na formação dos agrupamentos. Com o intuito de verificar se os clusters definidos são realmente distintos quando se considera o IDEB e o PISA como medidas de qualidade, utilizou-se os agrupamentos formados nas análises anteriores para realizar um teste de igualdade de médias para os dados do IDEB e do PISA. Em todos os casos, tanto o PISA quanto o IDEB refletiram a diferença entre os agrupamentos, ou seja, esses índices podem ser utilizados como medidas comparativas de qualidade da educação entre as 27 unidades da federação. Contudo, o trabalho não testa o IDEB como medida absoluta de qualidade. Pode-se dizer, a partir de tal resultado, que o IDEB e o PISA captariam as influencias das variáveis utilizadas na técnica de agrupamentos para separar os estados quanto à qualidade da educação. Entretanto, uma análise comparativa da educação brasileira, tendo como base apenas os índices de qualidade não possibilitaria identificar variáveis chave para a possível melhoria relativa da qualidade do ensino brasileiro. |