Resumo |
No melhoramento do feijoeiro, associada ao aumento da produtividade de grãos, há a necessidade de se obter plantas de arquitetura mais ereta. Plantas de porte ereto permitem a colheita mecanizada, facilitam os tratos culturais e contribuem para o controle de alguns patógenos. Informações do controle genético da arquitetura de planta e produtividade de grãos auxiliam os melhoristas de feijoeiro na definição da estratégia de melhoramento e escolha de genitores mais adequadas, visando otimizar o ganho com a seleção. Assim, objetivou-se com este trabalho obter estimativas dos efeitos gênicos envolvidos no controle genético da arquitetura de planta e produtividade de grãos do feijoeiro. Para tal, foram utilizados 12 genótipos de feijoeiro, sendo cinco de grãos pretos (grupo um) e sete de grãos carioca (grupo dois), os quais diferem quanto à arquitetura de planta e produtividade de grãos. Estes genótipos foram cruzados em esquema de dialelo parcial 5x7. As 35 combinações híbridas, na geração F2, e os 12 genitores foram avaliados na safra da seca de 2013, em delineamento de blocos casualizados com três repetições e parcelas constituídas de 4 linhas de 4 metros. Avaliou-se a arquitetura de planta (ARQ) por meio de escala de notas variando de 1 a 5 (nota 1 refere-se a plantas do tipo II e ereta e nota 5 a plantas do tipo III e muito prostrada) e a produtividade de grãos (PROD), em kg.ha-1. Para a análise dialélica foi utilizado o modelo de dialelo parcial proposto por Viana, adaptado do modelo de Hayman. As análises estatísticas foram realizadas com o auxílio do Programa Genes. A significância de cada componente foi testada pela estatística t, considerando que valores acima de 1,96 foram significativos a 5% de probabilidade. Os coeficientes de regressão de Wr e Ws, em função de Vr e Vs, respectivamente, indicaram que o modelo aditivo-dominante foi suficiente para o estudo do controle genético dos caracteres ARQ e PROD. As estimativas dos parâmetros genéticos indicaram que há variabilidade genética para ARQ e PROD tanto entre os genitores do grupo um quanto dois. Observou-se maior variação na frequência de alelos favoráveis entre os genitores do grupo um para ARQ e entre os genitores do grupo dois para PROD. Houve predominância de efeitos aditivos para ARQ e de dominância para PROD. Considerando a ordem crescente dos valores de F, em cada grupo de genitores, observou-se que BRS Valente e TB 9401, do grupo um, destacaram-se quanto ao número de genes dominantes que possuem e que não estão fixados no grupo dois, quanto aos caracteres ARQ e PROD, respectivamente. No grupo dois, a linhagem VC 16 se destacou tanto para ARQ quanto PROD com relação à freqüência de genes dominantes. Assim, conclui-se que a linhagem VC 16 tem potencial para uso como genitor no melhoramento da produtividade de grãos do feijão preto, enquanto a cultivar BRS Valente e a linhagem TB 9401 são potenciais genitores na melhoria do porte do feijoeiro. |