Ciência e Tecnologia: bases para o Desenvolvimento Social

20 a 25 de outubro de 2014

Trabalho 2707

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Lingüística e semiótica
Setor Departamento de Letras
Bolsa Jovens Talentos/CAPES
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro CAPES
Primeiro autor Samuel Ribeiro de Salles
Orientador ANA CAROLINA GONCALVES REIS
Título Os ethé e os imaginários da secretária no programa "Viva o Gordo"
Resumo Estudar as imagens e os imaginários da sociedade em torno do secretariado é uma forma científica de buscar entender as concepções, muitas vezes cristalizadas, com que comumente nos deparamos nos mais diversos discursos acerca da profissão. É com esse objetivo que desenvolvemos o presente trabalho. Para isso, buscamos identificar e analisar os imaginários sociodiscursivos e as imagens (os ethé) presentes em um esquete do programa "Viva o Gordo", veiculado em 1986 pela Rede Globo de Televisão. Nesse esquete, são representadas duas personagens, uma mulher que pleiteia o cargo de secretária em uma empresa e um recrutador dessa mesma empresa. A análise por nós empreendida foi realizada à luz dos pressupostos da Análise do Discurso, os quais constituíram nosso aporte teórico-metodológico. Para Orlandi (2007, p. 15), a Análise do Discurso busca compreender “o modo pelo qual a língua faz sentido, enquanto trabalho simbólico, parte do trabalho social geral”. Dito de outra forma, a Análise do Discurso busca compreender os potenciais efeitos de sentido dos discursos, considerando não só as questões linguísticas, mas também as sociais e as ideológicas. Como arcabouço teórico, valemo-nos da Teoria Semiolinguística proposta por Charaudeau (2009), uma vez que buscamos trabalhar com a construção psico-sócio-linguageira do sentido. Essa Teoria trata dos sujeitos do Ato de Linguagem, sendo um total de quatro: dois deles, seres psicossociais (Eu-comuicante e Tu-interpretante), e outros dois, seres de fala (Eu-enunciador e Tu-destinatário). Após termos feito a transcrição das falas do vídeo e termos utilizado a tecla Print Screen para seleção das cenas, elaboramos três propostas diferentes de descrição dos sujeitos do Ato de Linguagem. Na primeira, o Eu-comunicante, ser psicossial, seria a empresa, instância compósita, que abarca o recrutador. Na segunda, o Eu-comunicante seria a mulher que está pleiteando o cargo de secretária. A terceira e última proposta traz como Eu-comunicante a própria Rede Globo de Televisão. Baseamo-nos também nas concepções desse autor no que se refere aos imaginários sociodiscursivos, que procuramos levantar e compreender no esquete. Para Charaudeau (2008), os imaginários sociodiscursivos são uma mecânica de construção do real, por meio da qual a realidade é transformada em real significante, no exercício da linguagem. Para Charaudeau (2008), os imaginários fundam a construção dos ethé, que podem ser definidos, seguindo as ideias propostas por Amossy (2005), como a imagem de si discursivamente construída pelo orador, de modo a garantir o sucesso do empreendimento oratório. No objeto de estudo em questão, procuramos identificar os ethé de secretária. Foram identificados diferentes ethé (ou imagens) que coexistem em uma mesma cena, abarcados em imaginários que coexistem em diferentes épocas. Concluímos então que alguns imaginários da secretária tendem a se enfraquecer e outros tendem, consoante Reis (2012), a se fortalecer.
Palavras-chave Análise do Discurso, Mídia, Teoria Semiolinguística
Forma de apresentação..... Oral
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