Resumo |
A lisina é um aminoácido utilizado quase exclusivamente para a deposição de proteína corporal, assim o aumento na taxa de crescimento do frango de corte, resultante do processo de seleção para alto desempenho pode implicar em alterações nas exigências de lisina digestível. Além disso, os níveis ótimos de lisina e de outros aminoácidos podem também variar em função de fatores como a temperatura ambiente, fontes e os níveis de energia e proteína da ração e da metodologia utilizada para formulação das rações. Assim, o presente experimento foi conduzido para avaliar o efeito de rações com diferentes níveis de lisina digestível e do procedimento para obtenção dos níveis de lisina sobre o desempenho de frangos criados em ambiente termoneutro no período de 1 a 21 dias de idade. Foram utilizadas 864 aves com peso médio inicial de 41 ± 0,91 g. O experimento foi realizado em esquema fatorial 4 x 2, com 4 rações experimentais (A: 1,22 e 1,12%, B: 1,27 e 1,17%; C: 1,32 e 1,22% e D: 1,37e 1,27% de lisina digestível, para as fases de 1 a 7 e de 8 a 21 dias de idade, respectivamente) e 2 procedimentos para obtenção dos níveis de lisina (variando a proporção de milho e farelo de soja - M+FS ou suplementando com aminoácidos industriais - PB+AAi), no delineamento experimental inteiramente casualizado, com oito tratamentos, 12 repetições e nove aves por unidade experimental. Os frangos foram mantidos em câmaras climáticas com temperatura e umidade relativa controladas, de forma a caracterizarem um ambiente de termoneutralidade para as aves. Não houve interação entre os fatores estudados para nenhum dos parâmetros avaliados. O consumo de ração (CR) foi influenciado (P<0,05) apenas pelos níveis de lisina, sendo que as aves alimentadas com as rações contendo 1,32 e 1,22% de lisina (ração C) apresentaram menor CR. O ganho de peso (GP) e a conversão alimentar (CA) não foram influenciados (P>0,05) pelos níveis de lisina ou pelo procedimento de obtenção da lisina digestível da ração. O consumo de lisina (CL) pelos frangos apresentou diferença significativa (P<0,05) em função do nível de lisina digestível, sendo que as aves que receberam as rações com os níveis mais alto de lisina (1,37 e 1,27%, tratamento D) apresentaram os maiores valores de CL. Estes resultados estão, provavelmente, relacionados ao fato dos frangos não terem regulado o CR de acordo com o nível de lisina, desta forma, os frangos que receberam rações com maiores níveis de aminoácidos acabaram consumindo mais lisina digestível. Entretanto, o CL não foi afetado (P>0,05) pelo procedimento de obtenção dos níveis de lisina das rações. A ração com menor nível de lisina (1,22 e 1,12%) é suficiente para atender as exigências dos frangos para máximo crescimento embora resulte em aumento no consumo de ração. O procedimento de obtenção do nível de lisina não afeta o desempenho de frangos de corte criados em ambiente termoneutro no período de 1 a 21 dias de idade. |