Resumo |
A ingestão de compostos bioativos como os carotenoides vem sendo discutida no tratamento nutricional para a obesidade e a síndrome metabólica devido ao seu potencial antioxidante. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a relação entre o consumo de habitual de carotenoides e biomarcadores metabólicos em uma população adulta jovem. Foram selecionados 36 indivíduos, idade (23 ± 3 anos), divididos entre dois grupos – eutróficos (IMC 20,4 ± 1,2 kg/m2) e com excesso de peso (IMC 27,7 ± 2,4 kg/m2) – pareados por sexo e idade. Foram coletados dados sobre características gerais (sexo e idade). A ingestão alimentar foi avaliada mediante aplicação de um registro alimentar de 72 horas. Analisou-se a ingestão calórica, de nutrientes e de carotenoides dos voluntários. Medidas antropométricas (peso, altura, IMC, perímetro da cintura, porcentagem de gordura corporal) e marcadores metabólicos (adiposidade central, perfil glicídico, perfil lipídico e pressão arterial) foram obtidos mediante métodos padronizados. A Realizou-se teste t pareado para avaliar a diferença entre grupos e correlação de Pearson para rastrear possíveis relações entre o consumo de carotenoides e as variáveis de interesse usando-se o programa SPSS v.20.0, considerando p≤ 0,05 estatisticamente significante. O IMC (p = 0,042), a pressão arterial diastólica (PAD) (p = 0,022), o perímetro de cintura (p = 0,030), as concentrações de VLDL (p = 0,007) e triglicerídeos (p = 0,007) foram significativamente superiores no grupo com excesso de peso, como esperado. De modo interessante, a ingestão habitual de alfa-caroteno foi significantemente menor nos indivíduos com excesso, comparado aos eutróficos (11.755,4 ± 12.073,8 vs. 4.342,9 ± 5.640,8 µg, p<0,001), como uma tendência para ingestão de beta-caroteno (73.273,3 ± 19.578,1 vs 16.406,01 ± 2.349,5 µg, p = 0,088). Houve, também, correlação negativa do alfa-caroteno com o IMC (r = -0,036; p = 0,031) e com a PAD (r = -0,38; p = 0,020). A ingestão de carotenoides, em especial o alfa-caroteno, apresentou uma relação negativa com adiposidade e indicadores metabólicos. Os resultados sugerem um efeito benéfico com o aumento da ingestão habitual de alimentos fonte desses compostos bioativos. |