Resumo |
Introdução: A sepse é conceituada como a resposta inflamatória sistêmica (SIRS) desencadeada por um agente infeccioso. Considerada uma das mais importantes condições mórbidas da atualidade - devido a sua incidência e gravidade -, apresenta grande potencial de evolução para o óbito. Pode progredir para a sepse grave, evoluindo para o choque séptico e culminar na disfunção de múltiplos órgãos e sistemas (DMOS), considerada a principal causa de morte em unidades de terapia intensiva (UTI). Diante da complexidade dessa entidade nosológica, o conhecimento acerca das características clínicas e epidemiológicas do enfermo com sepse é de fundamental importância na prestação dos cuidados em saúde, sendo possível identificar fatores potencialmente modificáveis e propor estratégias que melhorem os desfechos clínicos. Objetivo: Caracterizar o perfil clínico dos pacientes internados com sepse na UTI de um hospital geral da Zona da Mata de Minas Gerais, no período de agosto de 2011 a julho de 2012. Métodos: Estudo de coorte, prospectivo, de natureza descritiva. A população incluiu pacientes internados na UTI, de ambos os sexos, com idade superior a 16 anos, diagnosticados com sepse, sepse grave ou choque séptico, que aceitaram a participar da pesquisa ou, em caso de impedimento, sob a concordância dos familiares ou responsáveis legais. Foi feita a análise dos prontuários da internação na UTI no período supracitado; os enfermos foram acompanhados até o óbito ou a alta da UTI. As variáveis analisadas foram o motivo da internação, o foco infeccioso primário e a antibioticoterapia prévia. Resultados: O motivo para a admissão na UTI em 57,1% dos pacientes foi em decorrência da sepse e o restante (42,9%) foi internado por outras causas e desenvolveu a enfermidade durante a internação na UTI. O pulmão foi a região anatômica mais frequentemente acometida (52,4%), seguido pelos órgãos abdominais (23,8%) e o trato urinário (14,4%). Quinze enfermos (71,4%) estavam em uso de antibioticoterapia prévia à internação na UTI; apenas dois (9,5%) não faziam uso de antibióticos e quatro (19,1%) foram ignorados, pois, não foi descrito no prontuário a presença ou ausência de tratamento antimicrobiano prévio. Conclusão: Percebeu-se que a maioria dos pacientes que foi admitida na UTI em decorrência da sepse, faziam uso prévio de antibióticos, destacando-se o pulmão como principal órgão acometido. O conhecimento do perfil clínico dos pacientes com sepse permite ao profissional de saúde o exercício de um significativo grau de suspeição da condição mórbida, a fim de estabelecer o diagnóstico precoce e a terapêutica adequada. |