Resumo |
Metais pesados como o arsênio podem estar presentes no meio ambiente como contaminantes do solo e da água. Este fato representa um sério perigo para a saúde humana e animal, uma vez que esses metais não são biodegradáveis e permanecem na natureza por um longo período dentro das cadeias alimentares. Essa contaminação pode ocorrer devido ao descarte indevido de resíduos sólidos gerados pelo homem, decorrentes da industrialização e do crescimento populacional e urbano. Sabe-se que o arsênio é capaz de influenciar negativamente a fertilidade quando o indivíduo é exposto cronicamente a ele, por causar danos testiculares e espermáticos. Porém, pouco se sabe sobre seu efeito no testículo quando a exposição é aguda e quando ele se apresenta em formas químicas diferentes. Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do arsênio sobre parâmetros histomorfométricos testiculares de ratos Wistar expostos agudamente ao arsenito de sódio (As+3) e arsenato de sódio (As+5). Ratos Wistar machos (n=25) foram pesados e divididos em cinco grupos experimentais (5 animais/grupo). Animais do grupo controle foram expostos oralmente à solução salina 0,9%, enquanto que animais tratados receberam solução de arsênio, na forma de arsenito ou arsenato de sódio, nas concentrações de 0,01 ou 10 mg/L, diariamente por 7 dias, na água de beber. Os ratos foram eutanasiados (CEUA: 19/2011) e o testículo direito foi removido. Fragmentos testiculares foram imersos na solução fixadora Karnovsky, processados e incluídos em resina para análise em microscopia de luz. Imagens digitais de cortes histológicos do parênquima testicular foram utilizadas para a realização das análises morfométricas no software Image-Pro Plus. A proporção volumétrica de epitélio, túnica própria, lúmen, túbulos seminíferos e compartimento intertubular foi feita utilizando-se uma grade com 266 interseções sobre 10 imagens de campos histológicos por animal e por grupo. O volume absoluto dos compartimentos tubular e intertubular e índice túbulo somático também foram calculados. Os resultados obtidos foram submetidos a ANOVA, sendo as médias comparadas pelo teste de Student Newman-Keuls ao nível de 5%. Não foram encontradas diferenças entre os animais do grupo controle e dos animais expostos ao arsenito ou arsenato de sódio para os parâmetros histomorfométricos avaliados (P > 0,05). Portanto, pode-se concluir que o arsênio, independente da forma química avaliada, não alterou parâmetros histomorfométricos testiculares quando o período de exposição foi de 7 dias. |