Resumo |
Introdução: A utilização de plantas medicinais passou a ser reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1978, apesar de ser utilizada com esta finalidade, pela humanidade, desde tempos remotos. As terapias naturais têm como vantagem reconhecida, o alto custo dos medicamentos provenientes da indústria farmacêutica, a preferência dos consumidores por produtos naturais e a dificuldade da obtenção de assistência médica e farmacêutica de qualidade. As dislipidemias, que abrangem as desordens no metabolismo dos lipídios, se associam a doenças cardiovasculares (DCV), síndrome metabólica e esteatose hepática. Estudos têm mostrado que muitos compostos de origem vegetal são capazes de reduzir triglicérides plasmáticos (TG) e colesterol total (CT), elevando, ainda, os níveis de lipoproteínas de alta densidade (HDL), reduzindo assim o risco de DCV. Uma das espécies medicinais apontadas pelo Ministério da Saúde como de potencial uso, inclusive no SUS, é a Calendula officinalis. São inúmeros os estudos relativos a esta espécie, entretanto, há poucos que sejam confirmatórios e direcionados para investigação de sua atividade hipolipemiante. Objetivos: O objetivo deste estudo será avaliar o efeito hipolipidêmico de uma formulação baseada no extrato de Calendula officinalis, sob forma de ensaio pré-clínico, utilizando ratos Wistar dislipidêmicos (indução por dieta hiperlipídica). Material e métodos: A metodologia engloba colheita e identificação do material vegetal; realização de testes fitoquímicos; obtenção da formulação fitoterápica (Calendula officinalis) e padronização de doses; realização do ensaio in vivo utilizando ratos (Rattus norvergicus albinus) da linhagem Wistar (autorização CEUA/UFV 09/2014), dividi-los em sete grupos nos quais, entre outros, será comparada a atividade da atorvastatina com três doses da formulação contendo Calendula officinalis. Após 77 dias do início do experimento, haverá a eutanásia e coleta do sangue para análise de parâmetros bioquímicos. Resultados: Os resultados esperados serão atribuídos principalmente à presença dos flavonoides na Calendula officinalis, que podem corrigir parâmetros bioquímicos do metabolismo lipídico devido às suas propriedades antioxidantes. Há possíveis evidências de que seu extrato, que é rico nestas substâncias, pode gerar melhora das dislipidemias, que é um grande fator de risco para a aterosclerose e DCV. Conclusões: Sabe-se que esta planta tem sido utilizada por um longo tempo na terapia popular, havendo mais de 35 propriedades atribuídas à decocção e tinturas de suas flores. Sua grande importância terapêutica é devido aos flavonóides, um de seus principais componentes. Neste estudo objetivamos comprovar seu envolvimento na prevenção da aterosclerose, por inibirem a oxidação das LDL, diminuindo sua aterogenicidade e, consequentemente, reduzindo o risco de DCV através do controle da dislipidemia. |