Resumo |
O desenvolvimento de linhagens de frangos de corte com alto potencial genético, associado ao contínuo desenvolvimento nas áreas de nutrição, ambiência, sanidade e manejo, tem possibilitado a produção de alta quantidade de carne por unidade de área e redução no tempo de alojamento das aves. A lisina, apesar de não ser o primeiro aminoácido limitante para aves, é utilizada como aminoácido referência para formulações de rações que se baseiam no conceito de proteína ideal. No entanto, a maior parte dos experimentos é feita por fases independentes, sem considerar os níveis nutricionais fornecidos nas fases anteriores, gerando dificuldades para derivar recomendações práticas. Neste sentido, o presente experimento foi conduzido para avaliar o efeito de planos nutricionais com diferentes níveis de lisina digestível e de procedimentos para obtenção dos níveis de lisina sobre o desempenho, peso de carcaça e do peito de frangos de corte criados em ambiente termoneutro, durante o período de 1 a 42 dias de idade. Foram utilizadas 864 aves com peso médio inicial de 41 ± 0,91 g. O experimento foi realizado em esquema fatorial 4 x 2, com 4 planos nutricionais (A: 1,22; 1,12; 1,03 e 0,96%, B: 1,27; 1,17; 1,08 e 1,01%; C: 1,32; 1,22; 1,13 e 1,06% e D: 1,37; 1,27; 1,18 e 1,11% de lisina digestível) e 2 procedimentos para obtenção dos níveis de lisina (variando a proporção de milho e farelo de soja - M+FS ou suplementando com aminoácidos industriais - PB+AAi), no delineamento experimental inteiramente casualizado, com oito tratamentos, 12 repetições e nove aves por unidade experimental. Os frangos foram mantidos em câmaras climáticas com temperatura do ar e umidade relativa controladas, de forma a caracterizarem um ambiente de termoneutralidade para as aves. Não houve interação entre os fatores estudados para nenhum dos parâmetros de desempenho e de carcaça avaliados. O ganho de peso (GP) e o consumo de ração (CR) não foram influenciados (P>0,05) pelos planos nutricionais ou pelo procedimento de formulação das rações. A conversão alimentar (CA) e o consumo de lisina (CL) foram influenciados (P˂0,05) apenas pelo plano nutricional, sendo que o plano C proporcionou melhor CA e o plano A resultou em menor CL pelos frangos. Os planos nutricionais também exerceram efeito (P<0,05) sobre o peso da carcaça (PC) e do peito (PP) com os menores pesos proporcionados pelo plano contendo as rações com os menores níveis de lisina digestível (plano nutricional A). Entretanto o PC e o PP não foram influenciados (P>0,05) pelo procedimento para obtenção do nível de lisina digestível da ração. O plano nutricional A é suficiente para atender as exigências dos frangos de corte para máximo crescimento embora resulte em menor peso de carcaça e de peito. O procedimento M+FS não compromete o desempenho e as características da carcaça dos frangos mantidos em ambiente termoneutro, no período de 1 a 42 dias de idade. |