Resumo |
Silagens de gramíneas têm sido utilizadas na alimentação de ruminantes principalmente no período da seca, porém, o teor de proteína bruta dessas silagens é mais baixo, assim, justifica-se a mistura com leguminosas, com o intuito de melhorar a fermentação, aumentar sua digestibilidade, e, possivelmente, seu valor nutritivo. Objetivou-se avaliar os teores dos principais ácidos orgânicos (lático, acético, propiônico e butírico) e a digestibilidade in vitro da matéria seca (DIVMS) em silagens de capim-xaraés (Brachiaria brizantha) com proporcões crescentes de estilosantes Campo Grande (Stylosanthes capitata x S. macrocephala) (0; 25; 50; 75 e 100%), na base da materia natural, com e sem inoculante microbiano, no esquema fatorial 5x2, no delineamento inteiramente casualizado (DIC), com três repetições. As forrageiras foram ensiladas na Central de Experimentação, Pesquisa e Extensão do Triângulo Mineiro (CEPET) da Universidade Federal de Viçosa (UFV), ao final de abril de 2012, quando o capim-xaraés apresentava 60 dias de rebrotação e o estilosantes 10% de florescimento. As forrageiras foram picadas em partículas de 2 cm, inoculadas com Sil Alltech do Brasil, misturadas conforme os tratamentos e ensiladas em baldes com capacidade para 20 litros, com tampas providas de válvula de Bunsen para escape dos gases. Após 150 dias de ensilagem, os baldes foram abertos e as amostras foram transportadas congeladas ao Laboratório de Forragicultura da UFV, onde foram analisados os ácidos orgânicos e a DIVMS. Não houve efeito de interação de níveis de estilosantes e inoculante (P>0,05), e nem efeito de inoculante microbiano (P>0,05) para as concentrações de ácidos orgânicos. Houve efeito de níveis de estilosantes somente para ácido butírico (P<0,05), que apresentou comportamento linear com teores variando de 15,2 a 0,0 g kg-1, com 0 a 100% de inclusão de estilosantes. Os teores médios de ácidos lático, acético e propiônico foram 57,08; 18,24 e 0,87 g kg-1, respectivamente. Houve efeito de interação de níveis de estilosantes e inoculante microbiano para DIVMS das silagens (P<0,05). Silagens não inoculadas apresentaram DIVMS média de 533,4 g kg-1, enquanto silagens inoculadas apresentaram comportamento quadrático, com ponto máximo de 558,2 g kg-1 de DIVMS, com 49,3% de estilosantes na mistura. Assim, conclui-se que a adição de estilosantes Campo Grande à silagem de capim-xaraés diminui os teores de ácido butírico e, nas silagens inoculadas, aumenta a DIVMS quando adicionado até 50% na mistura ensilada. |