Resumo |
Diante da insegurança no abastecimento de combustíveis fósseis no mundo e o risco que estes oferecerem ao meio ambiente, abre-se um gigantesco mercado para o setor de produção de biodiesel. Acrocomia aculeata, vulgarmente conhecida como macaúba, é uma espécie de planta oleaginosa não-comestível promissora para incrementar a sustentabilidade na produção de biodiesel. Entretanto, após a colheita, os frutos de macaúba estão sujeitos a fatores bióticos e abióticos, que podem afetar negativamente a qualidade do óleo. Em decorrência destes problemas, torna-se evidente a necessidade da adoção de estratégias pós-colheita, e uma estratégia eficiente, para este fim, é a secagem dos frutos. Diante do exposto, este estudo teve por objetivo demonstrar a curva de secagem e avaliar o efeito da secagem na qualidade do óleo de frutos de macaúba. Para tanto, os frutos de macaúba foram coletados em uma fazenda localizada em Piranga-M.G. As palmeiras foram previamente identificadas e georreferenciadas. Após a colheita, os frutos foram debulhados, selecionados e homogeneizados para composição das unidades experimentais. As unidades experimentais (15 frutos) foram separadas por tratamentos e acondicionadas em estufa com circulação de ar, a temperatura de 60°C, onde os frutos foram acondicionados em bandejas. A secagem dos frutos foi feito logo após a colheita. Durante o processo de secagem as bandejas com os frutos foram pesadas periodicamente, em balança analítica, com resolução de 0,01g. As pesagens foram conduzidas até que os frutos atingissem o equilíbrio higroscópico com as condições de ar de secagem, ou seja, quando a variação na segunda casa decimal fosse constante. O controle foi acondicionado em temperatura ambiente e também submetido a pesagens periódicas. Foram utilizadas quatro repetições para cada tratamento (secagem e controle) no delineamento inteiramente casualizado. Após a secagem, procedeu-se o processamento dos frutos para avaliação do teor de óleo, índice de acidez e estabilidade oxidativa. Observou-se que não existe uma taxa constante de secagem dos frutos de macaúba; o que ocorreu foi uma taxa decrescente de secagem. O tempo médio para que se atingisse o teor de água de equilíbrio foi de 114 h. Não foi observado diferença significativa entre os valores médios dos tratamentos (secagem e controle) para o teor de óleo (secagem: 53,05%; controle: 51,14%) e índice de acidez (secagem: 0,89%; controle: 1,21%). No entanto, para estabilidade oxidativa, constatou-se que, frutos de macaúba submetidos à secagem apresentaram valor médio significativamente menor em relação ao tratamento controle (secagem: 9,92 h; controle: 17,08 h). Apesar da estabilidade oxidativa dos frutos no tratamento de secagem tenha sido menor, esse valor médio foi superior ao valor mínimo (≥6 h) exigido nas normas da ANP (Agência Nacional de Petróleo). Conclui-se que a secagem pode ser tornar uma alternativa viável para a conservação pós-colheita de frutos de macaúba. |