Resumo |
A lagarta da soja, Anticarsia gemmatalis, é considerada uma das principais pragas da cultura da soja, com capacidade de causar consequências econômicas significativas neste tipo de cultura; podendo promover a desfolha completa da planta até que atinja seu estágio de pupa. O inseto em questão tem sido estudado visando à busca de alternativas para o seu controle. Entretanto, tal controle mediante a aplicação de produtos químicos não é tão satisfatório devido aos ricos de contaminação aos organismos não alvos, bem como da água e também dos produtos do complexo soja, que se destacam como fonte de proteína e óleo vegetal. Vale ressaltar ainda, que no Brasil a soja é cultivada em quase todo o território, e que nas últimas décadas apresentou expressivo crescimento na produção. Mediante a estes fatores, é necessário que se busque uma alternativa de controle de insetos pragas que atacam esta cultura, a fim de manter uma produção satisfatória. Assim, os inibidores de proteases são estudados como uma alternativa ao controle do inseto supracitado. Uma rota de defesa vegetal é a via das lipoxigenases, a qual culmina na produção do ácido jasmônico: um hormônio vegetal que ativa genes que expressam inibidores de proteases, tidos como agentes anti-metabólicos, pois levam os insetos a uma deficiência proteica. Isto ocorre devido à inibição das enzimas proteolíticas do intestino médio, propiciando uma alta produção de enzimas digestivas comprometendo o desenvolvimento e crescimento do inseto ou até mesmo levando-o a morte. Este trabalho teve por objetivo avaliar a capacidade da planta de responder ao ataque de A. gemmatalis através da via das lipoxigenases e as respostas bioquímica, comportamental e fisiológica da lagarta da soja a concentrações crescentes do inibidor sintético de serino-proteases, berenil. As lagartas foram alimentadas com plantas de soja da variedade IAC-PL-1, pulverizadas com berenil nas doses 0,0; 0,008; 0,01; 0,20; 0,60; e 1,0% (p/v). Neste cultivar observou-se um aumento da atividade das lipoxigenases e também na produção de inibidores de proteases, além disso, observou-se uma resposta comportamental das lagartas (interferência do berenil), que tiveram preferência por plantas que não receberam pulverização, o que não foi observado para as mariposas. Verificou-se também, um alto índice de mortes das lagartas além do déficit de crescimento. Os resultados obtidos indicam que a utilização de berenil é uma estratégia promissora para o controle da lagarta da soja e possivelmente de outros insetos-praga que tenham a tripsina como principal enzima digestiva. |