Resumo |
O estudo sobre o termo rede como instrumento conceitual metodológico para análise de conflito ambiental configuram-se em uma importante ferramenta para tentar entender e compreender a realidade. E isso, é devido, em grande parte, pela sua capacidade descritiva e analítica do modo como organizamos a vida social a partir das mediações entre os atores sociais e a conexão existente entre eles. Dessa forma, o presente estudo tem como objetivo analisar as estratégias de mobilização social e a apropriação do espaço público por partes dos atores sociais contra os empreendimentos minerários na microrregião de Viçosa, através do instrumento conceitual metodológico “rede”, bem como compreender as estratégias de atuação das empresas para desmobilizar esses atores. Para tanto, foram utilizados diversos métodos como a pesquisa de campo, a pesquisa bibliográfica a participação em reuniões, encontros e assembléias populares dos movimentos sociais, além do acompanhamento das atividades do Projeto de Assessoria às Comunidades Atingidas por Barragens na Zona da Mata Mineira (PACAB) e da Campanha pelas Águas e Contra o Mineroduto da Ferrous. Ressaltam-se como resultados prévios, que esses diversos atores sociais propuseram dialogar entre si, em busca de estratégias que impedissem tais obras e que desse suporte para as famílias atingidas, sendo uma delas a apropriação do espaço público como forma de criar visibilidade para a questão mineraria no território mineiro. Além disso, percebeu o surgimento de um novo tipo de ator, caracterizado pela centralidade e capacidade de interlocução no campo da sociedade civil: o articulador, que é representado pela Campanha pela Águas e Contra o Mineroduto da Ferrous. Por certo, se trata, de uma articulação em rede para incrementar o alcance das ações e aumentar a representatividade dos interesses. Essas ações são tidas como necessárias, pois relatórios ratificam os prejuízos e as conseqüências que trarão para a população, o meio ambiente e para os municípios atingidos por este empreendimento, como a desapropriação da população que tem suas propriedades na faixa de área da passagem de minerodutro, bem como a violação de diversos direitos humanos, como: direito da plena reparação das perdas materiais e simbólicas, direito à participação e informação. |