Resumo |
Introdução: O processo do envelhecimento está relacionado às inúmeras alterações fisiológicas que interferem no desempenho funcional e na saúde. Destaca-se a perda de força de membros inferiores como a principal responsável pela diminuição da capacidade funcional. A hidroginástica é uma alternativa de treinamento resistido que trabalha diferentes aspectos da capacidade funcional, podendo contribuir para o aumento do ganho de força, sobretudo de membros inferiores, devido ao trabalho de grandes grupos musculares ao mesmo tempo e minimizando os riscos do treinamento físico para esta população. Objetivo: Comparar o efeito da realização de duas metodologias de aula de hidroginástica sobre a força de membros inferiores em mulheres. Métodos: 90 mulheres (idades entre 50 a 70 anos), divididas em três grupos, sendo Grupo Controle (GC) (n=30) que não praticaram exercícios físicos regulares durante as 12 semanas, Grupo Experimental 1 (GE1) (n=30), que realizaram aulas de hidroginástica com ênfase em exercícios para membros inferiores, durante 12 semanas e Grupo Experimental 2 (GE2) (n=30), que realizaram aulas convencionais de hidroginástica, durante 12 semanas. As aulas para GE1 e GE2 ocorreram com frequência de três vezes por semana e duração de 45 minutos. Avaliou-se a força de membros inferiores por meio da bateria de testes de Rikli e Jones, que constou dos testes: Sentar e Levantar (SL), Caminhada Estacionária (CA), Levantar e Caminhar (LC), Equilíbrio Estático (EQ) e Sentar e Alcançar (SA). Realizou-se o mesmo procedimento de avaliação, nos três grupos, antes (Pré12) e ao final (Pós12) das 12 semanas de intervenção. Esse estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UFV (protocolo 13853813.0.0000.5153). Os dados foram submetidos à análise descritiva, ao teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov, ao teste t pareado (ou Wilcoxon) para comparação dos resultados intragrupos, ao teste de ANOVA one way com post hoc Tuckey (ou Kruskall-Wallis com post hoc Dunn’s) para comparações intergrupos, com um nível de significância de p<0,05. Resultados: Na comparação intragrupos, se observou melhoras das variáveis SL (Pré12: 12,50 ± 2,04 repetições; Pós12: 13,79 ± 2,86 repetições; p=0,002) no GE1, LC (Pré12: 7,47 ± 1,22 segundos; Pós12: 6,56 ± 1,57 segundos; p=0,013) no GE2 e pioras nas variáveis EQ (Pré12: 24,58 ± 6,48 segundos; Pós12: 16,08 ± 9,86 segundos; p<0,001) e CA (Pré12: 96,65 ± 28,24 repetições; Pós12: 86,70 ± 22,29 repetições; p=0,003) no GC. Na comparação intergrupos observaram-se diferenças nas variáveis SL e LC entre o GC e os GE1 e GE2, no Pré12 (p<0,001), que se mantiveram no Pós12 (p<0,028). Conclusão: 12 semanas de aulas de hidroginástica, foram capazes de reduzir as perdas funcionais ocasionadas pelo processo de envelhecimento, nas variáveis EQ e CA, no entanto, as aulas com ênfase em membros inferiores não demonstraram ser mais efetiva que as aulas tradicionais para as mulheres avaliadas. |