Resumo |
A crescente demanda mundial por energia aliada à preocupação com a sustentabilidade ambiental, tanto na obtenção como no uso das fontes energéticas, leva à busca de fontes de energia renováveis. Neste contexto, os biocombustíveis surgem como uma alternativa viável à substituição de parte da demanda por combustíveis provenientes de fontes não renováveis em curto e médio prazo. No Brasil, com a criação do PNPB em 2004 que visa promover o uso do biodiesel, a demanda por óleo vegetal para suprimento da cadeia de produção do biodiesel se intensificou. Atualmente mais de 80 % do óleo vegetal produzido origina-se da soja. Entretanto, a vasta biodiversidade brasileira apresenta inúmeras espécies oleaginosas com potencial para fornecer matéria prima à produção do biodiesel. Dentre estas espécies, a macaúba (Acrocomia aculeata) tem despertado interesse no meio científico devido à sua rusticidade e alta produtividade, demandando estudos que avaliem seu potencial de produção de óleo para biodiesel. Entretanto, ha poucos estudos sobre o comportamento pós-colheita do fruto da macaúba. A pubagem dos frutos, que consiste no armazenamento destes até o momento em que a polpa se apresente completamente amolecida e escura, é prática comum entre extravistas de macaúba. Uma das prováveis razões para esta técnica é o possível acúmulo de óleo no mesocarpo dos frutos durante o período de armazenamento. Com a finalidade de verificar se há acúmulo de óleo no mesocarpo de frutos de macaúba armazenados sob condições ambiente. Frutos maduros foram colhidos no município de Montes Claros, MG, em março de 2012, sanitizados com solução de hipoclorito de sódio (0,2 %) por 10 minutos, tratados com o fungicida sistêmico Tecto (4mL/L) por 5 minutos e armazenados no galpão de pós colheita do Setor de Fruticultura da UFV por até 45 dias. O teor de óleo no mesocarpo foi determinado em extrator de óleos e graxas MARCONI MA 044/8/50, tendo n-hexano como solvente orgânico. As análises foram feitas aos 0; 2; 4; 6; 8; 10; 12; 15; 18; 21; 24; 27; 30; 35; 40 e 45 dias de armazenamento. O experimento foi montado em delineamento inteiramente casualizado com 4 repetições de 12 frutos. Constatou-se aumento no teor de óleo no mesocarpo dos frutos ao longo do armazenamento. Nos primeiros dias de armazenamento, 0, 2º e 4º os teores de óleo situaram-se na faixa de 50 % (52,75 %, 50,30 % e 51,61 %) respectivamente. Do 18º dia em diante o teor de óleo estabilizou-se na faixa de 60 %, representando acréscimo de aproximadamente 20 % no teor de óleo do mesocarpo de frutos armazenados por ao menos 18 dias em relação aos frutos analisados logo após a colheita. Concluiu-se que há aumento no teor de óleo do mesocarpo de frutos de macaúba armazenados em condições ambiente o que pode indicar comportamento climatérico desta espécie. |