Resumo |
Introdução: Os compostos bioativos têm propriedades antioxidantes, diminuindo o dano oxidativo de lipídeos celulares, lipoproteínas, proteínas e DNA. Objetivo: Avaliar a relação entre o consumo de compostos bioativos, incluídos na dieta atual, e biomarcadores metabólicos em uma população com risco cardiovascular. Metodologia: Esse estudo transversal contou com 227 sujeitos (idade 43 ± 17 anos) com risco cardiometabólico. Foram coletados dados demográficos, de estilo de vida, antropométricos, de composição corporal e pressão arterial. Aplicação de recordatório 24 horas para determinação do consumo de micro e macronutrientes, além dos carotenoides e polifenóis. Concentrações séricas de glicose, insulina, triacilgliceróis, colesterol total/ frações, foram determinados mediante protocolo padronizado. O teste de Mann Whitney e correlações de Spearman foram realizados no SPSS v.17.0, considerando significância de p<0,05. Resultados: Mulheres corresponderam a 59,5% (n=135) da amostra, com uma ingestão significantemente menor de carboidratos, proteínas, lipídios totais, gordura saturada, colesterol, fibras, ácido fólico, beta-caroteno, cianidina e definidina que os homens (p<0,05). Os sujeitos incluídos no último tercil do consumo de beta-criptoxantina (>335,27 µg) obtiveram menores níveis de colesterol total, comparado àqueles no primeiro tercil (≤20,79 µg). Os indivíduos com ingestão maior que a mediana de quempferol, mirecitina luteolina, epigalocatequina e cianidina apresentaram menores valores de Índice de Massa Corporal, gordura corporal, além de maiores valores de HDL (<0,005). Ademais, houve correlação positiva do consumo de alfa-caroteno e beta-caroteno com a ingestão diária de vitamina A (r=0,683; p<0,001 e r=0,641; p<0,001), bem como da ingestão de vitamina C com consumo beta-criptoxantina (r=0,733; p<0,001) e hesperidina (r=0,627; 0<0,001). Conclusão: Nossos resultados indicam a relação entre a ingestão de carotenoides e polifenóis e nutrientes de reconhecida propriedade antioxidante. A ingestão de polifenóis apresentou relação inversa com marcadores de adiposidade e metabolismo lipídico, sendo mais estudos necessários para avaliar os mecanismos envolvidos. |