Resumo |
A doença celíaca (DC) é uma enteropatia autoimune, que ocorre em indivíduos geneticamente predispostos quando da exposição a proteínas específicas presentes no trigo (gliadina), no centeio (secalina) e na cevada (hordeína). No entanto, além do consumo destes cereais e da susceptibilidade genética, fatores ambientais e imunológicos também podem interferir na expressão da doença. Tais proteínas possuem similaridades estruturais e, por isso, são coletivamente denominadas glúten, cuja toxicidade está predominantemente ligada às prolaminas, substâncias que representam 50% da sua composição. O contato das células intestinais com as prolaminas desencadeia uma resposta imunológica que promove o achatamento e a atrofia das vilosidades intestinais, a hiperplasia das criptas, a infiltração de linfócitos na camada intraepitelial e, consequentemente, um quadro de má absorção. Os sintomas mais frequentes da doença são a diarreia e outras desordens gastrointestinas. Tais sintomas podem estar diretamente associados com a alteração da microbiota intestinal,uma vez que diferenças entre grupos bacterianos de pacientes DC e controles. Há falta de estudos sobre a microbiota intestinal e AGCCs em pacientes adultos DC. Este estudo teve como objetivo caracterizar as diferenças na microbiota intestinal de pacientes com DC tratados e sua associação com a quantidade de AGCC fecal. Os grupos de bactérias não diferiram entre os indivíduos adultos DC tratados e controles. A menor quantidade de ácido butírico (p < 0,05) e AGCC totais (p < 0,05) foi observado nas fezes do grupo celíaco. O pH foi menor em controles saudáveis (p= 0,046). Grupos de bactérias não diferiram entre os indivíduos adultos DC tratados e controles. Assim, pode-se observar que o ácido butírico e total AGCC, foram mais baixos no grupo de DC e segundo a composição da microbiota intestinal conclui-se que mais estudos são necessários a fim de detectar diferenças nas espécies de bactérias entre indivíduos adultos com DC tratados e indivíduos saudáveis. |