Ciência e Tecnologia: bases para o Desenvolvimento Social

20 a 25 de outubro de 2014

Trabalho 2233

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Exatas e Tecnológicas
Área temática Biotecnologia
Setor Departamento de Tecnologia de Alimentos
Bolsa PIBIC/CNPq
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro CNPq, FAPEMIG, FUNARBE
Primeiro autor Yara Pereira Cerceau Alves
Orientador EDUARDO BASILIO DE OLIVEIRA
Outros membros Elaine Rose Maia, GUSTAVO COSTA BRESSAN, JANE SELIA DOS REIS COIMBRA, Marcelo Depólo Polêto
Título Estrutura-propriedades da alfa-lactalbumina bovina: uma abordagem aplicando dinâmica molecular computacional
Resumo O soro de leite, coproduto da indústria de lácteos, é rico em proteínas de alto valor biológico e interesse econômico, dentre as quais a alfa-Lactalbumina (a-La). Já se mostrou que essa proteína possui propriedades emulsificantes e gelificantes, mas os eventos moleculares que originam essas propriedades ainda não estão completamente elucidados. Ferramentas de modelagem molecular computacional têm se mostrado de enorme valor para a elucidação das bases estruturais das propriedades e funções de proteínas diversas. Entretanto, a literatura carece de estudos mostrando a aplicação de tais ferramentas a proteínas alimentares. Assim, esse trabalho objetivou aplicar simulações de dinâmica molecular (DM) para estudar as bases moleculares de propriedades tecnológicas da a-La, e ilustrar o potencial dessa ferramenta Ciência de Alimentos. Partindo da estrutura cristalográfica da a-La obtida por difração de raios-X (código PDB: 1F6R; resolução 2,2 Å), foi aplicado um rigoroso protocolo de solvatação e minimização de energia, utilizando campo de forças GROMOS53A6. A partir dos sistemas assim preparados, trajetórias de DM foram calculadas com a proteína contendo seu Ca2+ (“holo”) ou removendo-se esse cátion (“apo”), nas temperaturas de 277 K, 298 K e 348 K. Cada sistema foi simulado 2 vezes, totalizando 12 trajetórias. Em todas elas utilizaram-se condições periódicas de fronteira (PBC) e a fase de produção totalizou de 100 ns. Os resultados foram analisados em termos de RMSD, RMSF por resíduo, superfície acessível a solvente (SASA) e raio de giro (Rg). Com relação à temperatura, a apo-a-La e a holo-a-La presentaram valores médios de RMSF, RMSD, SASA e Rg numericamente maiores nas simulações a temperaturas mais elevadas. Apesar disso, as diferenças nesses valores foram sutis, sugerindo certa estabilidade térmica para essa proteína. Com relação ao Ca2+, os resultados indicaram que esse íon tem papel estabilizador da estrutura secundária da proteína. Quando analisadas à mesma temperatura, a apo-a-La exibiu maior número de picos de RMSF que a holo-a-La, indicando uma maior flexibilidade da proteína quando esta perde seu Ca2+. O resíduo Asp116, que interage com o cálcio, sofreu flutuações mais evidentes na ausência do cátion. Entretanto, os valores de RMSD, SASA e Rg foram muito próximos para a apo-a-La e a holo-a-La, sugerindo que, apesar dessa maior flexibilidade da forma apo, a estrutura terciária da proteína é pouco afetada pela retirada do Ca2+. Para concluir esse estudo, 2 etapas estão agora em andamento: i) a comparação estatística dos valores de RMSF, RMSD, SASA e Rg, para verificar se são estatisticamente significativas as variações observadas em seus valores devido à ausência de Ca2+ e à variação de temperatura; ii) a superposição de snapshots da proteína obtidos a diferentes momentos de cada trajetória, para identificar as regiões mais flexíveis da molécula, além das interações intramoleculares importantes para essa flexibilidade.
Palavras-chave alfa-lactalbumina, proteina, dinâmica molecular
Forma de apresentação..... Painel
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