Resumo |
A produção de mudas de eucalipto no Brasil vem sofrendo grandes avanços tecnológicos ao longo dos anos. No entanto, as condições atuais de ambiente no viveiro favorecem o desenvolvimento de muitas doenças, entre elas, o oídio do eucalipto em minijardins clonais cobertos. O oídio é um fungo biotrófico, pertencente à ordem Erysiphales, do gênero Oidium spp. em sua fase assexuada. No entanto, a inexistência de estruturas sexuais do fungo no Brasil tem dificultado sua correta identificação. Dessa forma, identificar corretamente qual(is) espécie(s) de oídio(s) que causa(m) a doença em eucalipto no Brasil é fundamental para o desenvolvimento de estratégias eficazes de controle. Mediante o uso de ferramentas moleculares e análises filogenéticas de sequências obtidas do rDNA é possível obter um grande número de dados para a identificação de espécies de oídios. No entanto, são escassos os estudos envolvendo análise de DNA do fungo. Assim, o objetivo deste trabalho foi testar um método de extração de DNA de oídio de eucalipto que permita obter DNA de qualidade para análises moleculares. Para a extração do DNA, foi utilizado o método Chelex, que consiste em adicionar aproximadamente 5 mg de micélio e conídios do fungo, retirados da superfície foliar, em 50 µL de Chelex a 5% (Bio-Rad), mantidos em um tubo de microcentrífuga. Esses tubos são mantidos a 56 °C durante 2 h e após esse período, o extrato é incubado em água sob ebulição. O extrato é novamente misturado e centrifugado. Após a centrifugação, o sobrenadante é transferido para um novo tubo ao qual se adiciona 40 µL de isopropanol gelado. As amostras são mantidas no gelo por 10 min e centrifugadas. Na última fase, o sobrenadante é descartado e são adicionados 400 µL adicionado etanol 70%, seguido de centrifugação. O pellet formado é seco e ressuspendido em 40 µL de água MiliQ. Foram extraídos o DNA de 20 isolados de oídio. O DNA foi quantificado em Nanodrop e a quantidade média obtida variou de 20 a 45 ng/µL com relação A260/280 entre 1,7 a 2,0, mas sendo possível obter concentrações de até 160 ng/µL. A partir do DNA obtido foi realizada a amplificação da região ITS e 28S do rDNA através de PCR, utilizando os primers ITS5/P3 e TW14/PM3, respectivamente. Obteve-se amplificação de fragmentos de tamanho esperado para todos isolados. A partir desses resultados serão realizados o sequenciamento e estudo filogenético da região do rDNA visando a correta identificação das espécies causadoras do oídio do eucalipto. |