Ciência e Tecnologia: bases para o Desenvolvimento Social

20 a 25 de outubro de 2014

Trabalho 2188

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Pós-graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Memória e patrimônio
Setor Departamento de Economia Doméstica
Bolsa CAPES
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro CAPES
Primeiro autor Tatiana Silva Teixeira
Orientador AMELIA CARLA SOBRINHO BIFANO
Outros membros MARIA DE FATIMA LOPES
Título Representações de uma mulher migrante sobre o que é “ser mulher”: um estudo piloto em Viçosa-MG
Resumo Este é um estudo piloto do meu projeto de mestrado: Identidades femininas e trabalho doméstico - um estudo de caso de mulheres migrantes do Bairro Santo Antônio, Viçosa-MG, o piloto foi desenvolvido a partir de um caso, por meio do qual busquei validar e/ou ajustar as técnicas para a coleta de dados a serem então utilizadas posteriormente na consecução do trabalho de campo. O objetivo do projeto é estudar o processo de construção das identidades femininas a partir do estudo das representações sobre o que significa ser “mulher", dentro destas, um destaque às representações do lugar social e de poder do trabalho doméstico, na construção dessa identidade, tendo como marco a mudança sócio espacial, dada na migração rural/urbano. Maria, hoje com 65 anos de idade, migrou da zona rural da cidade de Araponga-MG para Viçosa-MG, onde reside há 20 anos. Fundamentada pela pesquisa qualitativa realizei observações diretas e quando necessário entrevistas abertas. As observações se deram no espaço doméstico, como também os demais locais e grupos dos quais participa cotidianamente, no período de um mês. As entrevistas ocorreram em forma de conversas e foram gravadas em áudio, com a devida permissão; e simultaneamente, as observações do cotidiano e das atividades domésticas dessa mulher. Este estudo me possibilitou conhecer a história de vida dessa mulher migrante, o seu cotidiano, as suas representações sobre o trabalho doméstico, bem como a sua construção identitária. Por meio das falas e das observações, percebi que as representações dessa mulher sobre o trabalho doméstico estão associadas às relações afetivas, fundamentadas pela sua “disponibilidade” materna e conjugal, sendo esse trabalho ideologicamente aprendido e reproduzido às demais mulheres da sua família. Apesar de ter vivenciado uma mudança sócio espacial, que transformou o seu modo de viver e o seu cotidiano, essa mulher ainda acredita que o trabalho doméstico e o cuidado com os membros da família são responsabilidades femininas. A sua identidade foi construída pelo seu sentimento de pertença a determinados grupos sociais, como a família e a igreja; pela relação com o “outro”, principalmente com os membros da família; pelo seu pertencimento ao rural, mesmo após a sua migração; e, pela ideologia patriarcal e capitalista que a relegou ao trabalho doméstico e ao cuidado da família. Por meio desse estudo foi possível validar as técnicas elencadas para a pesquisa - a observação e a entrevista, que se mostraram adequadas aos objetivos propostos, possibilitando compreender as sutilezas, as contradições e também as estratégias de poder/submissão na dinâmica das relações interpessoais e ideológicas enquanto pertencentes ao que se convencionou denominar "ser mulher". O marco teórico do cotidiano de José Machado Paes e da dinâmica do poder de Foucault, possibilitam um norteamento efetivo para o embasamento teórico do trabalho.
Palavras-chave representações, identidades femininas, trabalho doméstico
Forma de apresentação..... Oral
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