Resumo |
O conhecimento sobre a nutrição é fundamental para otimizar o sistema produtivo, tornando-o menos oneroso e garantindo desempenho adequado dos animais. A formulação de rações que atendam as necessidades de proteína degradável no rúmen (PDR) tanto dos microrganismos ruminais quanto dos bovinos permite aliar eficiência na produção animal e sustentabilidade, justificando estudos desta natureza. O seguinte trabalho foi conduzido com o objetivo de estimar os parâmetros de degradação ruminal in situ da proteína bruta de 12 alimentos concentrados, sendo 6 energéticos: farelo de trigo, farelo de arroz, fubá de milho, sorgo, milho desintegrado palha e sabugo (MDPS), casca de soja, e 6 proteicos: farelo de algodão 38%, feijão, farelo de soja, farelo de amendoim, farelo de girassol e caroço de algodão. O experimento foi conduzido utilizando-se o delineamento em quadrado latino 4 x 4, sendo os alimentos divididos em 4 grupos com 3 alimentos em cada grupo, sendo cada um desses grupos incubados no rúmen de um animal em cada período experimental. Foram utilizados 4 bovinos machos castrados Holandês x Zebu, fistulados no rúmen, com peso médio de 400 kg. Os alimentos foram triturados em moinhos com crivos de 2 mm de diâmetro e amostras de 5 gramas de cada alimento foram colocadas em sacos de náilon de 50 micras medindo 15 x 8 cm. Os tempos de incubação foram de 0, 2, 4, 8, 16, 24, 48 e 72 horas. Os sacos foram introduzidos no rúmen em ordem decrescente do tempo de incubação e retirados ao mesmo tempo ao final do último dia de incubação em cada período. 23 sacos de cada alimento foram incubados no rúmen dos animais (excluindo-se o tempo zero), totalizando 69 sacos de náilon no rúmen de cada animal por período. Os parâmetros de degradação ruminal in situ da PB foram estimados utilizando o modelo Y= a + b(1-e-kdt), em que “Yt” é a fração degradada no tempo “t”; “a” é a fração solúvel; “b” é a fração insolúvel potencialmente degradável; “kd” é a taxa de degradação de “b” e “t” é a variável independente tempo considerando taxa de passagem de 5% h-1. A média dos valores obtidos para as frações a, b, kd, PDR e proteína não degradável no rúmen (PNDR) foram de 33,25%, 63,01%, 15,35%, 74,76% e 25,24% respectivamente. A fração a oscilou entre 47,20% e 16,29% para farelo de trigo e MDPS respectivamente, com uma média de 33,25%. Dentre os concentrados proteicos, o farelo de soja apresentou o maior valor da fração b (72,14%) e o menor valor da fração kd (12,10%). O caroço de algodão, o feijão e os farelos de algodão 38%, de arroz, de girassol e de trigo apresentaram valores de proteína degradável no rúmen acima de 80% para taxa de passagem de 5% h-1, sendo indicados na formulação de dietas com teores mais elevados de PDR. Para elevar a disponibilidade de energia no rúmen, os alimentos mais indicados são MDPS e farelo de soja, ambos com valores acima de 72% para a fração potencialmente degradável da PB. |