Resumo |
No Brasil as dietas formuladas para a alimentação de suínos são à base de milho e soja que não dispõem de quantidades adequadas de fósforo disponível para atender as exigências nutricionais dos animais. Por isso, é necessária a adição de fosfato bicálcico na dieta. O fósforo representa de 20 a 50% dos custos com suplementos minerais e vitamínicos e até 1,5% dos gastos com alimentação de suínos. Outro fator importante na criação de suínos é a temperatura do ambiente em que esses animais são criados. Suínos são animais que apresentam perfil homeostático de conforto entre 20 a 24°C, sendo sensíveis a altas temperaturas, reduzindo o consumo de ração e acarretando diminuição no ganho de peso corporal. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de dietas, com diferentes teores de fósforo sobre a concentração sérica de cálcio, fósforo e magnésio e o peso corporal de leitões na fase inicial de crescimento (15 kg) mantidos em ambiente termoneutro (24ºC) e estressados por calor (34ºC). Foram utilizados 120 leitões, com linhagem comercial, machos castrados e com peso corporal médio de 15 kg, distribuídos em blocos ao acaso, com cinco tratamentos e 12 repetições cada um, mantidos em dois ambientes: termoneutro 24ºC (Grupo 1) e estressado por calor 34ºC (Grupo 2). Foram administrados cinco tratamentos com diferentes concentrações de fósforo disponível (I: 0,107; II: 0,214; III: 0,321; IV: 0,428 e V: 0,535%). A pesagem dos animais e coletas das amostras para dosagem de cálcio, fósforo e magnésio foram realizadas no início da fase experimental (M0) e no final desta (M1). Observou-se diferença no ganho de peso corporal e nos valores de cálcio, fósforo e magnésio pelo efeito das dietas e dos ambientes. Os animais do grupo 1 obtiveram maior ganho de peso corporal. A dieta I foi responsável pelo menor ganho de peso nos animais do grupo 1 e 2. No grupo 1 a dieta IV ocasionou maior ganho de peso corporal enquanto no grupo 2 o ganho de peso foi maior com os tratamentos III e V. O aumento do teor de fósforo disponível na dieta promove o desequilíbrio da relação fisiológica de cálcio e fósforo séricos. Houve diferença nos valores de cálcio, fósforo e magnésio entre ambientes. Os valores de cálcio sérico foram maiores com as dietas I e II em ambos os grupos. O fósforo apresentou maiores concentrações séricas nos animais que receberam as dietas III, IV e V nos dois grupos. Nas mensurações de magnésio, não foram verificadas diferenças entre as dietas, houve diferença entre os ambientes, mas dentro dos valores de referência para a espécie. Assim, a dieta mais adequada para animais mantidos em ambiente termoneutro é a II (0,214%) e para animais estressados por calor a dieta ideal é a IV (0,428%). Conclui-se que o uso de parâmetros bioquímicos sanguíneos em animais de produção auxilia na avaliação nutricional e metabólica, permitindo realizar o ajuste nutricional de forma mais eficaz. |