Resumo |
A experimentação pode funcionar como uma estratégia de grande eficiência para o ensino e contextualização. Essas atividades podem assumir um caráter construtivista desde que os professores incentivem os alunos a buscarem e confrontarem informações, reconstruindo ideias e maneiras de explicar e resolver os problemas. No entanto, a forma atual do ensino de Química nas escolas ainda segue uma metodologia tradicional onde o aluno é apenas um receptor do conhecimento. Com o objetivo de interferir nesta realidade e favorecer a aprendizagem significativa de Química, em 2008 foi criado o projeto “Química em Ação”. Este projeto tem o apoio do MEC (PROEXT) e desenvolve atividades junto a alunos do Ensino Médio de escolas públicas de Viçosa por meio de aulas investigativas e dinâmicas. Atualmente, as aulas são oferecidas semanalmente por licenciandos bolsistas do PIBID, com duração de duas horas, e envolvem além de experimentos, o uso de modelos moleculares de mão confeccionados com diversos materiais, atividades em computador, jogos didáticos e exercícios. Até 2012 o projeto era realizado exclusivamente no Espaço Ciência em Ação (Vila Giannetti - UFV). Em 2014, as atividades com os alunos do terceiro ano de cinco escolas públicas de Viçosa (E. E. Dr. Raimundo Alves Torres, E. E. Effie Rolfs, E. E. Raul de Leoni, E. E. Santa Rita de Cássia e E. E. Alice Loureiro) ocorreram no Laboratório de Pesquisa em Ensino do Departamento de Química da UFV, o que possibilitou a ampliação do número de participantes. Neste primeiro semestre de 2014, cerca de 75 alunos frequentaram mais de 75% das aulas oferecidas para o terceiro ano. Ao final do semestre um questionário foi aplicado, a fim de coletar a opinião dos estudantes em relação às atividades desenvolvidas e também colher sugestões para aprimoramento do projeto. A maioria dos alunos (84%) informou que o projeto os ajudou a compreender o conteúdo de química abordado na escola. Quando perguntados sobre qual atividade permitiu melhor essa compreensão (tendo a opção de marcar até duas), 67% escolheram os experimentos, 48% os jogos e 30% os exercícios. Segundo os alunos os melhores experimentos foram: “Espelho de prata” (73%), utilizado na aula sobre aldeídos e cetonas; “Teste da gasolina” (36%) e “Fazendo vela” (33%), realizados em aulas sobre hidrocarbonetos. Entre os jogos, a maioria (82%) escolheu “Química Good”, um jogo com bolinhas de gude para revisão sobre hidrocarbonetos. Em relação à dinâmica das aulas, 92% disseram que se sentem estimulados a fazer e responder perguntas, participar das discussões e explicar o que está acontecendo nos experimentos. A maioria (88%) afirmou que pretende se inscrever para um curso superior, sendo que estes acreditam que a vivência na UFV os influenciou nesta decisão. Nota-se que o projeto Química em Ação e o PIBID, além de contribuírem com a aprendizagem têm influenciado os alunos a buscarem uma formação continuada, de forma que a maioria almeja ingressar na Universidade. |