Resumo |
A ervilha (Pisum sativum L.) é amplamente cultivada em todo o mundo para consumo humano, pois possui bom valor nutricional. A salinidade é um dos fatores que mais podem influenciar a germinação das sementes e do desenvolvimento das plântulas, pois além de reduzir o potencial osmótico do solo, pode causar toxidez devido ao excesso de íons. O objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial de germinação de sementes e crescimento de plântulas de ervilha, bem como a capacidade de recuperação das mesmas submetidas a estresse salino. O experimento foi realizado no Laboratório de Rotina de Sementes da Universidade Federal de Viçosa. Sementes de ervilha ITAPUÃ 600 foram submetidas ao teste de germinação em concentrações de cloreto de potássio (KCl) correspondentes aos potenciais -0,2, -0,4 e -0,6 MPa. No tratamento controle foi utilizado água destilada. O teste de germinação foi conduzido com 8 repetições de 25 sementes por tratamento em papel de germinação umedecido com as soluções e colocadas em germinador a 20ºC, sendo a porcentagem de plântulas normais avaliada no quinto dia. Quatro repetições de cada tratamento foram transferidas para rolos de germinação com H2O destilada após a primeira contagem de germinação. Ao mesmo tempo, as outras repetições permaneceram submetidas ao estresse até o 8° dia, quando também foram transferidas para água destilada por 3 dias, visando-se avaliar a capacidade de recuperação das sementes ao estresse. No 11º dia, foram realizadas as avaliações de comprimento de parte aérea e raiz, que foram medidas e secas em estufa a 75oC até a estabilização para avaliação da matéria seca. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado e os dados foram analisados no programa SAS. Foi realizada a análise de variância da primeira contagem e as médias foram comparadas pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. As médias de massa seca e comprimento foram ajustadas a equações de regressão. A primeira contagem de germinação foi cerca de 34% para o tratamento controle, 5% para o tratamento a -0,2 MPa e 0% para os demais tratamentos. O comprimento de plântulas de maneira geral foi afetado negativamente pelos tratamentos à medida em que se diminuiu o potencial osmótico. Para os dados de estresse parcial, o KCl gerou quedas severas no comprimento das raízes no 11º dia devido a toxidez, prejudicando o desenvolvimento das raízes. O tratamento com potencial de -0,2 MPa gerou um pequeno aumento no comprimento da parte aérea das plântulas comparadas ao controle e quedas drásticas nos menores potenciais. Os comprimentos da parte aérea seguiram um padrão de queda linear e os dados de matéria seca observados em geral seguiram os mesmos padrões quando comparados aos de comprimento. A redução dos potenciais osmóticos induzidos por KCl prejudica o vigor e a germinação de sementes de ervilha e sob essas condições não foi possível observar a capacidade de recuperação de sementes de ervilha submetidas a estresse salino. |