Resumo |
Introdução: a prematuridade é preocupação em saúde pública e é mais frequente nos países em desenvolvimento devido às condições precárias de saúde da gestante. Nota-se que crianças prematuras diferem das nascidas a termo e o Ministério da Saúde do Brasil preconiza um atendimento diferenciado a elas. O Centro Viva Vida de Referência Secundária da Microrregião Viçosa (CVV) foi inaugurado em dezembro de 2010 e faz parte de um projeto estadual dedicado à saúde materno-infantil de Viçosa, Araponga, Cajuri, Canaã, Paula Cândido, Pedra do Anta, Porto Firme, São Miguel e Teixeiras. Em primeiro de setembro de 2012 as crianças prematuras passaram a ser acompanhadas no CVV, substituindo o hospital de referência materno-infantil de Viçosa. Os protocolos de atendimento vêm sendo implantados e efetivados por equipe interdisciplinar, composta pelas áreas de pediatria, enfermagem, nutrição, psicologia, fisioterapia e assistência social. Objetivos: caracterizar o perfil e as morbidades de prematuros. Descrição das principais ações: revisão bibliográfica sobre o tema; acompanhamento dos atendimentos realizados pelo grupo interdisciplinar do CVV; participação na coleta, análise e síntese de dados de prontuários; apresentação no Simpósio de Integração Acadêmica. Resultados alcançados até o momento: Foram analisados os dados de 97 prematuros. Eram do sexo masculino 50,5%. A mediana de idade materna foi 26 anos (15-43 anos). 29,2% das mães tinham ensino fundamental incompleto. A renda familiar de 75,6% das famílias era entre um e três salários mínimos. Síndrome hipertensiva ocorreu em 31,9% e trabalho de parto prematuro sem causa definida em 18,9%. O parto foi cesáreo em 63,2%. 20,6% eram gemelares. A idade gestacional foi entre 28 e 32 semanas em 25% e menor que 28 semanas em 8,3%. Nasceram pequenos para a idade gestacional 15,8%, com baixo peso 47,4%, 28,9% com muito baixo peso e 5,2% com extremo baixo peso. Na primeira consulta, 33% estavam em aleitamento materno exclusivo, 39,2% em aleitamento materno complementado e 27,8% em alimentação artificial. O tempo mediano de aleitamento materno complementado foi 4 meses (0-20 meses). Na última consulta, apresentaram peso e estatura adequados para a idade, 88,3% e 90,9%, respectivamente, e 89,6% eram eutróficos. 13,2% apresentaram diarreia, 62,8% intercorrências respiratórias, 68,3% deficiência de ferro e 12,8% anemia ferropriva. Conclusões: o estudo detectou mães jovens, com predomínio de baixos níveis de escolaridade e de renda familiar. As morbidades respiratórias e a deficiência de ferro foram prevalentes entre os prematuros. A alta prevalência do aleitamento materno na primeira consulta foi aspecto positivo, mas é necessário aumentar sua duração. O predomínio de adequados índices antropométricos foi outro aspecto positivo. O seguimento interdisciplinar de prematuros permite a detecção precoce de desvios da normalidade e o planejamento de medidas preventivas e terapêuticas, o que pode reduzir a morbimortalidade. |