Resumo |
As doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de morte no Brasil e no mundo, sendo responsáveis por altos custos diretos e indiretos, afetando atualmente todos os estratos sociais. O objetivo desse trabalho foi avaliar o consumo de alimentos e de nutrientes de risco e proteção cardiovascular em adultos da zona rural de São Miguel do Anta – Minas Gerais. Deste modo, foi desenvolvido um estudo transversal em que participaram 130 indivíduos de ambos os sexos, com idade entre 25 e 59 anos, moradores da zona rural do município de São Miguel do Anta. Foram aplicados o recordatório habitual e o questionário que abrangia aspectos socioeconômicos e demográficos. Na avaliação nutricional dos recordatórios foi analisado o valor energético, proteínas, carboidratos, lipídios, perfil lipídico da dieta (colesterol, gordura, saturada, ácidos graxos poliinsaturados, monoinsaturados), fibras, vitamina A, vitamina C, vitamina E, vitamina B12. A maioria dos indivíduos (68,46%) possui baixo nível de escolaridade. Aproximadamente 58% dos indivíduos apresentam renda domiciliar igual ou inferior a 1 salário mínimo. Os dados relacionados ao hábito de fumar e consumo de bebidas alcoólicas mostraram uma prevalência de 14,62% e 23,85%, respectivamente. Em relação aos antecedentes familiares há uma prevalência de 43,85% de hipertensão arterial autorreferida. A média de ingestão de energia foi de 1837,75 ± 936,14 kcal/dia nos homens e 1264,23 ± 477,84 kcal/dia nas mulheres. A distribuição média do consumo de carboidratos, proteínas, lipídios, gordura saturada, gordura monoinsaturada e gordura poliinsaturada foi respectivamente, 57,6%, 17,0%, 25,5%, 17,1%, 15,5% e 13,2% nos homens e 59,7%, 16,6%, 23,7%, 10,1%, 7,2% e 9,6% nas mulheres. A média de ingestão, em gramas, de carboidrato, proteína, colesterol e fibras, foi respectivamente, 254g, 78g, 222g e 13,1g nos homens e 185g, 55g, 132g e 8,4g nas mulheres. No que se refere aos demais nutrientes, vitamina A, vitamina C, vitamina E e vitamina B12, observou-se uma média de ingestão, respectivamente de, 786,52g, 89,07g, 20,37g e 1,06g nos homens e 578,04g, 137,07g, 10,92g e 0,53g nas mulheres. Por fim, pode-se perceber que a população estudada é caracterizada por apresentar baixa renda, bem como pouca escolaridade, o que pode interferir no risco cardiovascular. O tabagismo e o hábito de consumir bebidas alcoólicas apresenta pouco prevalente na população e a enfermidade relacionada ao risco cardiovascular que está mais evidente é a hipertensão arterial. A média do consumo de gorduras saturadas encontra-se elevado e o de fibras e vitamina B12 baixos, constituindo-se em fatores que podem favorecer o risco cardiovascular. A média do consumo de vitamina A, C e E possivelmente encontram-se adequados, o que é interessante no que se refere à ação protetora destas vitaminas para o risco cardiovascular. |