Resumo |
Dentre as doenças que comumente acometem os suínos, a infecção por helmintos têm apresentado uma prevalência constante nos diferentes sistemas de produção e vem sendo associada a perdas econômicas no setor. Problemas atuais relacionados ao controle de resíduos químicos em carcaças e resistência a drogas anti-helmínticas mostram a necessidade de serem implantados, juntamente com o controle químico, programas estratégicos que possam interferir no ciclo dos parasitos. Nesse sentido, o controle biológico de helmintos de interesse veterinário por meio do uso de fungos nematófagos vem sendo avaliado ao longo dos anos, com resultados promissores. Com o objetivo de avaliar a atividade predatória dos fungos nematófagos Duddingtonia flagrans (isolado AC001), Monacrosporium thaumasium (isolado NF34) e Pochonia chlamydosporia (Isolado VC4) sobre larvas de terceiro estádio (L3) de Oesophagostomum spp., foram realizadas três associações distintas com os isolados fúngicos testados, sendo elas: grupo 1 (AC001 + NF34 + SF53), grupo 2 (SF53 + NF34 + VC4) e grupo 3 (AC001 + NF34 + VC4). Foram realizadas 6 repetições por grupo. Os fungos foram crescidos no meio ágar-água 2% (AA 2%), em placas de petri de 9.0 cm, mantidos em estufa BOD, a 25ºC, no escuro, por dez dias. Após esse período, 1000 larvas (L3) de Oesophagostomum spp foram adicionadas em cada placa e mantidas em estufa BOD, nas mesmas condições já descritas, por 7 dias. O grupo controle consistiu em seis repetições contendo somente AA 2% e 1000 L3. Após o período de sete dias, foi realizada a recuperação das larvas não predadas, por meio da técnica de Baerman, utilizando o conteúdo das placas. As larvas recuperadas foram, então, quantificadas, através de leitura em microscópio de luz, utilizado objetiva de 10x. Os resultados foram submetidos ao teste de Tukey, a 5% de probabilidade. As médias de redução de larvas nos grupos tratados foram: grupo 1 (Duddingtonia flagrans, Monacrosporium thaumasium e Monacrosporium sinense) redução de 77%, grupo 2 (Monacrosporium sinense, Monacrosporium thaumasium e Pochonia chlamydosporia) redução de 78% e grupo 3 (Duddingtonia flagrans, Monacrosporium thaumasium e Pochonia chlamydosporia) redução de 74%. Com relação às diferentes associações de isolados fúngicos, não foi observada diferença estatística entre os grupos tratados (p>0.05). Contudo, todos os três grupos de associações entre os fungos diferiram do grupo controle, sem fungos (p<0.05). Os resultados do presente trabalho demonstram a eficácia da associação dos isolados fúngicos AC001, NF34, SF53 e VC4 no controle de larvas de terceiro estádio de Oesophagostomum spp., podendo, assim, ser uma ferramenta a mais de controle para este parasito. |