Resumo |
A cana-de-açúcar (Saccharum spp.) é uma das mais importantes plantas cultiváveis do planeta, principalmente para o Brasil, que é o maior produtor mundial. O aumento da demanda por etanol e outros derivados da cana-de-açúcar tem levado ao aumento da área de plantio, principalmente no nordeste, onde 54% dos plantios se encontram no semiárido. Aliado a isso, a redução de disponibilidade de água no mundo leva à seleção materiais genéticos com maior tolerância a seca e menor demanda por água. Estudos dos mecanismos moleculares envolvidos na tolerância a seca, como a proteômica, são ferramentas essenciais para os programas de melhoramento genético. Neste sentido, o objetivo do trabalho foi identificar e quantificar mudanças no proteoma em variedades de cana-de-açúcar submetidas a seca. Foram utilizadas duas variedades, uma tolerante (RB857515) e outra suscetível(RB855536) ao déficit hídrico. A imposição do déficit hídrico foi realizada pela suspensão da irrigação até a obtenção de potenciais hídricos foliares de -0,5 e -1,0 MPa considerados intermediário e severo, respectivamente. A análise proteômica foi realizada em folhas especificas (+1) nas plantas de cana-de-açúcar. Após extraídas as proteínas foram separadas, detectadas e quantificadas pela técnicas de eletroforese bidimensional em gel de poliacrilamida (2DE) e espectrometria de massa para a identificação das proteínas. As variedades resistente (RB857515) e suscetível (RB855536) apresentaram maior expressão diferencial quando submetidas a estresses severo. Este resultado foi observado pela qualidade dos géis de alta reprodutibilidade dos padrões eletroforéticos e alta resolução dos spots, o que permitiu sensibilidade para detecção de proteínas em pequena quantidade. Este resultado enaltece a importância da qualidade dos géis e sua reprodutibilidade. De acordo com os resultados expostos, a cana-de-açúcar, quando submetida a estresse hídrico, responde com a ativação de diferentes mecanismos relacionados com tolerância a esta condição. |