Ciência e Tecnologia: bases para o Desenvolvimento Social

20 a 25 de outubro de 2014

Trabalho 1952

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Agrárias
Área temática Tecnologia da madeira, celulose e papel
Setor Departamento de Engenharia Florestal
Bolsa FAPEMIG
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro FAPEMIG
Primeiro autor Brunela Pereira da Silva
Orientador JORGE LUIZ COLODETTE
Outros membros Danila Morais de Carvalho, Fernando José Borges Gomes, Marina Ulisses da Silva
Título Avaliação do Uso de Resíduos da Cana de Açúcar na Indústria de Celulose Kraft de Eucalipto Aplicando o Conceito de Biorrefinaria Florestal
Resumo O grande desafio da civilização moderna neste novo século é se tornar uma sociedade mais sustentável baseada em necessidades mais realísticas e por um uso mais racional dos recursos naturais. As indústrias do setor de Celulose e Papel têm intensificado esforços na busca de uma melhor utilização dos recursos naturais, visando-se o aumento da eficiência de processo e ao mesmo tempo buscando fontes energéticas mais limpas, o que também reduz a pressão sobre áreas de plantios. Nesse sentido, a geração de resíduos da indústria sucroalcooleira surge como fonte de matéria-prima para a indústria de celulose e papel. Os principais resíduos oriundos da indústria sucroalcooleira são o bagaço e a palha, ambos materiais fibrosos lignocelulósicos. Este trabalho tem como objetivo avaliar a possibilidade da utilização dos resíduos da cana-de-açúcar (bagaço e palha) em indústrias de celulose kraft de eucalipto aplicando o conceito de biorrefinaria florestal. Foram utilizados bagaço e palha da cana-de-açúcar. As metodologias utilizadas seguiram norma TAPPI e normas internas do Laboratório de Celulose e Papel da Universidade Federal de Viçosa. Percebeu-se que glicanas, xilanas e ligninas são os principais componentes desses materiais, com valores de 41,8%, 24,8% e 21,4% para o bagaço e 41,4%, 26,0% e 16,2% para a palha, respectivamente. A relação lignina S/G (siringil/guaiacil) do bagaço (51/49%) é mais favorável para desconstrução química do que a da palha (31/69%). Esta apresentou valores elevados de cinzas (7,9%) e sílica (5,8%) em relação ao bagaço (2,3% cinzas e 1,4% sílica). Os teores de extrativos totais do bagaço e da palha foram de 15,0 e 12,2%, respectivamente. As densidades básicas e à granel do bagaço foram de 131 e 76 kg/m3 e da palha foram de 173 e 64 kg/m3, respectivamente. Já as análises morfológicas dos materiais os caracterizam como fibra curta, com comprimentos médios de 1,59 e 1,61 mm para bagaço e palha, respectivamente. No processo de polpação, obteve-se um rendimento bruto de 49,21% para o bagaço e 40% para a palha, sendo o número kappa de 13,46 para o primeiro e 15,06 para o segundo. Nas análises químicas da polpa, obteve-se 8,4% de extrativos, 1,65% de lignina total, 50,73% de glicanas, 20,80% de xilanas e 1,51% de arabinanas para o bagaço e 8,59% de extrativos, 5,97% de lignina total, 50,00% de glicanas, 17,20 % de xilanas,1,70% de arabinanas para a palha. Nas análises físico-químicas da polpa, obteve-se 12,0 º SR, 39,6 % ISO de alvura, 7,9 kNm/kg de índice de tração, 0,30 kPam²/g de índice de estouro e 0,089 Mnm²/g de índice de rasgo para o bagaço e 13,0 º SR, 30,3 % ISO de alvura, 2,78 kNm/kg de índice de tração, 0,14 kPam²/g de índice de estouro e 0,077 Mnm²/g de índice de rasgo para a palha. Concluiu-se que bagaço e palha da cana-de-açúcar apresentaram grande potencial de aplicação na indústria de polpa de celulose, especialmente utilizando-se o conceito de biorrefinaria.
Palavras-chave Celulose, kraft, cana de açúcar
Forma de apresentação..... Painel
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